O executivo municipal aprovou o contrato de financiamento entre a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e a Câmara para a realização de obras de ampliação e beneficiação do Centro de Saúde de Arcos de Valdevez (CSAV). Os trabalhos de requalificação e adaptação do edificado têm em vista o “reforço da eficiência energética”, o “cumprimento dos planos de contingência”, bem como a “salvaguarda da acessibilidade, da segurança e do conforto de utentes e profissionais”. A edilidade arcuense pretende “abrir concurso entre julho e agosto do ano corrente”. O prazo de execução da empreitada finda a 30 de outubro de 2025.
Aprovada pelo executivo municipal na reunião de 6 de junho, a minuta do contrato estipula que “o Município está em condições de abrir procedimento administrativo, enquanto a ACSS terá a incumbência de fazer a avaliação da respetiva candidatura. A nossa meta é conseguir uma classificação superior a 2,5 pontos para termos um financiamento de 100%, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”, adiantou o edil João Manuel Esteves, que procede esta sexta-feira, 7 de junho, à assinatura do referido contrato de financiamento em cerimónia que será presidida pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
Com um investimento elegível de 778 143 euros (sem IVA), as obras incidirão, prioritariamente, sobre duas das três unidades de saúde familiar (USF) do CSAV, para lá da Unidade de Serviços de Administração e Gestão. Numa das USF será construído de raiz um novo corpo (BackOffice), ligado por uma extensão funcional, e noutra está prevista a ampliação da sala de espera. Além da reafectação de espaços, a proposta contempla soluções em termos de eficiência energética.
“Urge apetrechar o CSAV com meios complementares de diagnóstico”
No mês findo, o presidente do Município reuniu-se com o novo presidente do Conselho de Administração da ULSAM, encontro no qual foram debatidas, justamente, as obras no CSAV e a necessidade de apetrechar esta unidade com recursos humanos, equipamentos e serviços como o de medicina dentária. O autarca João Manuel Esteves e o administrador João Porfírio Oliveira também visitaram as Extensões de Saúde de Soajo e de Loureda (desativada).
“Debruçámo-nos sobre a responsabilidade e o funcionamento do CSAV, bem como a importância do seu apetrechamento com meios complementares de diagnóstico (imagiologia) e a necessidade de oferta a nível de consultas de especialidade, além do reforço de recursos humanos”, defendeu o autarca social-democrata.
De referir que decorrem atualmente trabalhos de beneficiação na Extensão de Soajo, os quais deverão estar concluídos no final deste mês de junho. Se não houver imprevistos, a unidade reabrirá as portas no início de julho.
Em relação à Extensão de Loureda, “a equipa de João Porfírio Oliveira, que não conhecia o empreendimento, verificou que as instalações interiores estão impecáveis. Mas o certo é que o objetivo de colocar esta unidade em funcionamento não está a ser cumprido, temos de dar uma solução ao edificado, pois não faz sentido aquele investimento continuar desaproveitado”, ressalvou João Manuel Esteves.
“Pode abrir no CSAV um consultório de medicina dentária”
Em aberto neste encontro de trabalho ficou “a possibilidade de abrir no CSAV um consultório de medicina dentária”, embora sem qualquer estipulação de prazo. “O mais importante nesta fase é marcar o ritmo para arranjar soluções e, neste plano, os cuidados de higiene oral são de grande importância”, atalha o presidente do Município.
Em concordância com a maioria social-democrata, o vereador João Braga Simões reafirmou a posição do Partido Socialista em recente reunião de Câmara. “A saúde oral é uma necessidade absoluta, pois, apesar de haver algumas respostas, ainda carece de bastante adaptação à realidade arcuense. Continua a haver uma larga franja populacional que não tem acesso a cuidados de saúde oral. A nível nacional, as respostas que existem em centros de saúde envolvem alguma comparticipação municipal pelo menos no apetrechamento (equipamentos) dos espaços, sendo que os profissionais da área e o reabastecimento de consumíveis ficam a cargo da respetiva instituição de saúde”, explanou o líder do PS.
Em resposta, João Manuel Esteves frisou que, “em reunião havida com a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, o conjunto dos municípios manifestou disponibilidade para colaborar no que for preciso, tal como já aconteceu com as obras dos centros de saúde. O apetrechamento de um consultório de medicina dentária é uma questão que não levanta objeções. Julgo, aliás, que a aquisição dos equipamentos até poderá ser financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, sem prejuízo de haver necessidade de fazer alguma adaptação em matéria de instalações”, concluiu o presidente da Câmara.
A.F.B.