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Domingo, Outubro 6, 2024
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Sem parques de autocaravanismo no concelho

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Abunda o acampamento selvagem em locais não autorizados para parqueamento e pernoita

A presença de autocaravanas estacionadas no parque fronteiro à sede do Clube Náutico de Arcos de Valdevez (em Giela) e no Campo da Feira de Soajo são imagens rotineiras e tal facto se explica por este tipo de veículos se afirmar como uma opção mais livre, flexível e segura para viajar, por um lado, e pela inexistência de parques de autocaravanismo no concelho, por outro. Os autocaravanistas são sobretudo de nacionalidade estrangeira e veem-se cada vez mais jovens a experimentar andar de autocaravana, porque a liberdade para eles não tem preço.

Segundo relatos e vários testemunhos oculares, a vaga turística ocorrida até 2019 e no pós-pandemia colocou diversos problemas na área protegida do Parque Nacional (PN) devido a lixo acumulado, captura abusiva de flora, aparcamento ilegal de autocaravanas e acampamento selvagem, principalmente no concelho de Arcos de Valdevez, onde ainda não existe um parque de autocaravanismo, apesar das promessas feitas pela Câmara arcuense.

No decurso do segundo mandato, o executivo presidido por João Manuel Esteves anunciou a disponibilização, em 2020, na Lamela (Giela), de um parque de autocaravanismo – um espaço para 25 viaturas, com estação de serviço, descarga de águas residuais, abastecimento de água e energia elétrica -, mas o projeto ainda não saiu da gaveta.

Razões para esta (nova) oferta não falta(va)m. A procura do PN e das margens ribeirinhas do Vez tem sido crescente, fazendo recordar imagens de tempos idos. Recuando umas décadas, muitos se lembrarão do Mezio dos anos noventa, onde autocaravanas e tendas de campismo compartilhavam o belo cenário de montanha. Muitos anos passaram, mas as condições oferecidas pouco ou nada melhoraram, não obstante a procura das Terras de Valdevez ter aumentado significativamente.

Autocaravanistas adoram fazer viagens inesquecíveis

Com ou sem condições para pernoita, os autocaravanistas gostam de viajar pela natureza com a casa atrás e com toda a liberdade que isso permite. Apesar de ter um espaço reduzido e de os recursos serem optimizados ao máximo, a autocaravana apresenta a vantagem de possuir tudo compactado.

A maioria dos autocaravanistas adora fazer viagens inesquecíveis para “construir memórias” de acampamentos e passeios pela serra ou pelo campo, sem desembolsar verbas avultadas, antes pelo contrário. E quem beneficia disso, segundo gerente de conhecida mercearia de Soajo (vila), é o comércio local: os turistas compram alimentos enlatados, alimentos frescos, legumes, fruta, leite, bebidas…

No Campo da Feira de Soajo existe uma estação de serviço de autocaravanas com todas as comodidades, em que se pode fazer (quase) tudo sem pagar nada, como a limpeza de cassetes (depósito para onde são encaminhados os resíduos sanitários) e a pernoita (foi fixada uma tarifa após as primeiras 24 horas, mas a cobrança é de difícil aplicação).

Nesta área de serviço, os utilizadores podem também abastecer-se com água potável, bem como fazer uso das casas de banho e de um centro de BTT, com energia elétrica para carregar, além de o recinto estar apetrechado com um parque infantil para as famílias que tiverem crianças.

Ao contrário do que muitos possam imaginar, não é permitido acampar ou passar a noite com caravanas em qualquer sítio. Com as alterações ao Código da Estrada, as autocaravanas e veículos equiparados estão proibidos de estacionar e pernoitar fora dos locais autorizados entre as 21.00 e as 7.00. O valor da coima varia entre 60 e 300 euros. Caso se trate de áreas protegidas e da Rede Natura 2000, a coima vai de 120 até 600 euros.

“A natureza é de todos”

Não é de agora, mas, apesar das campanhas de sensibilização, continua a haver muitos turistas que não respeitam o património paisagístico e natural, “porque deixam no PN mais do que pegadas e levam dele mais do que fotografias”, notam os vigilantes do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Lino Gonçalves, chefe dos vigilantes do PN, resume o pensamento que devia nortear todos aqueles que visitam este tesouro de Portugal: “a natureza é de todos, por isso, todos os visitantes são responsáveis pela sua proteção”.

A.F.B.

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