O projeto da Branda Científica de S. Bento do Cando, lançado publicamente há cerca de dois anos, será um instrumento para reforçar a rede de infraestruturas de apoio à investigação em Portugal, mas há derrapagens no prazo de implementação.
O projeto consiste na instalação de uma estação de investigação na Branda de São Bento do Cando, a qual terá uma zona dormitório para estudantes de doutoramento e investigadores, uma zona de laboratórios direcionada à socioecologia, um auditório e uma residência artística, através da reutilização e remodelação das infraestruturas existentes.
A estação, do ponto de vista científico, permitirá investigação interdisciplinar de suporte ao contrato ecológico e à estratégia europeia “restauro da biodiversidade e ecossistemas na Europa e a gestão sustentável dos recursos naturais” no domínio dos territórios de montanha, que, segundo os peritos, “são verdadeiras sentinelas para alterações socio-ecológicas e climáticas”. Afetará positivamente a qualidade da investigação efetuada e integrará Portugal na rede de países europeus com infraestruturas dedicadas à investigação em territórios de montanha.
Localmente, a Branda Científica irá ser o alicerce de uma nova agenda de investigação e desenvolvimento de âmbito internacional sobre a região do Parque Nacional e da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés, “contribuindo para a coesão territorial e diversificação socioeconómica”.
A escolha da Branda de S. Bento do Cando para este projeto explica-se, justamente, por pertencer ao território do Parque Nacional, por ser um “aldeamento” de montanha praticamente despovoado e por ficar perto do vale glaciar do rio Vez.
São parceiros o Município de Arcos de Valdevez, o Ministério da Coesão Territorial, o Ministério da Educação e Ciência, a CCDR-N e a Diocese, sendo que o protocolo estabelece a colaboração para a utilização da estação de investigação por parte da Associação Biopolis (CIBIO, Universidade do Porto), do Centro de Estudos Geográficos-ULisboa, da Universidade de Lisboa, da Universidade do Minho, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, do Instituto Politécnico de Bragança, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Santiago de Compostela e da Universidade de Vigo.