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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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É tempo de apanhar cogumelos nos bosques do Mezio…

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As chuvas do outono “trazem” sempre com elas os afamados cogumelos silvestres. Os apreciadores sabem onde os fungos comestíveis podem ser encontrados e fazem deles um petisco saboroso. Mas é preciso saber discernir os que são comestíveis dos venenosos. Por muito familiares que sejam à vista, todo o cuidado é pouco…

A Associação Micológica EcoFungos deixa o alerta: “O consumo de cogumelos silvestres pode provocar a morte ou consequências futuras de insuficiência renal ou hepática. Pode originar gastroenterites graves e desidratações igualmente graves”.

Em terras e bosques de Soajo, alimentados por folhosas e detritos de animais, prolifera uma variedade de cogumelos silvestres, de entre os quais sobressaem as cantarelas, as sanchas (telheiras) e o cogumelo guarda-sol (vulgarmente conhecido por macrolepiota procera) – este tem como traço característico o seu pé alto com anel móvel (o pé de carne fibrosa não deve fazer parte do menu gastronómico). 

 

Degradação das antigas casas florestais

O Estado prometeu recuperar as antigas casas florestais, mas estas continuam devolutas. A medida, que fazia parte do Programa Nacional de Reformas, tinha como objetivo reabilitar o imenso património público que se encontrava ao abandono para o transformar em turismo de natureza (e não só).

O projeto, denominado de “Dinamização turística das casas de abrigo e casas florestais”, previa a “reabilitação, valorização e rentabilização” deste património devoluto (em tempos habitado por guardas florestais) com vista à sua conversão turística.

O encerramento das casas florestais, há cerca de trinta anos, conduziu à sua imparável degradação. O panorama que se pode avistar, hoje, nos imóveis “plantados” ao longo do único Parque Nacional é de autêntico desleixo: portas arrombadas, janelas esventradas, vidros estilhaçados, telhas escaqueiradas, tetos estripados, paredes conspurcadas e lixo atolado. 

Em tempos, falou-se da possibilidade de a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (proprietária das casas florestais) e de o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (responsável pela gestão do Parque Nacional) doarem aos Baldios de Soajo as casas florestais situadas nesta freguesia, segundo foi anunciado, em 2016, aos compartes pelo Conselho Diretivo, à época presidido por Cristina Martinho. 

Nessa altura, foi aventado que às casas abandonadas, depois de devidamente intervencionadas, poderia ser dada uma utilização socioeducativa ou turística. Mas de lá para cá, e no concreto, o processo nada avançou no sentido de reabilitar e converter as casas do Arieiro (falado como possível centro interpretativo do lobo), de Vilar de Suente (sede dos Baldios e centro de educação ambiental?), de Paradela (sede da Associação Cultural e Desportiva local?) e do imóvel entre Outeiros e Ramil (espaços de apoio a turistas?).

Na falta de concretização do anunciado projeto, assiste-se a uma destruição em grande escala deste património público.

 

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