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Arcos de Valdevez em festa

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Foliões vibram ao ritmo do folclore e das concertinas

Festa do rio e concerto da Banda Arcuense no cartaz do próximo fim de semana

Cortejo etnográfico das freguesias esta sexta-feira à noite

Após a crise pandémica, que paralisou e condicionou a atividade económica, de lazer e recreio à escala global em 2020 e 2021, a tradição voltou em pleno às Terras de Valdevez com os foliões a trajarem, de novo, o seu fato de gala nas Festas do Concelho. Nos dias que já passaram, sobretudo desde sexta, o público tem acorrido em grande número ao “arraial” que, como sempre, entrecruza folclore, rusgas, cantares ao desafio, encontros espontâneos de tocadores de concertina, concertos, diverso entretenimento infantil e comida. Mas o programa até ao próximo domingo ainda reserva novo festival folclórico, um concurso agrícola, o cortejo etnográfico das freguesias, o festival Ínsua do Vez, a festa do rio e o grande concerto da Banda arcuense. Enquanto isso, o ciclo religioso só será celebrado no último dos 12 dias de romaria.

Depois do espetáculo autónomo proporcionado por “O Mundo a Dançar” (Folkmonção), no dia 2 de agosto, no Anfiteatro do Trasladário (AT), as Festas do Concelho arrancaram, em jeito de aperitivo na noite fresca do dia 3, com razoável público a assistir ao concerto da banda arcuense ‘Eclipse’, no palco instalado no Largo da Azenha (LA), onde muitos espetadores soltaram o pé para bailaricos improvisados, trauteando em coro a letra das músicas. Simultaneamente, nas imediações da “Ponte Velha”, foi-se aglomerando um grande grupo de tocadores de concertina em torno do qual se foi formando uma roda gigante com elementos de várias idades a dançar e a entoar os cantares típicos da região.

Depois da mini-explosão de alegria que assinalou o arranque da romaria, o cartaz principal do dia 4 ligou-se ao carrossel de rusgas populares (15 ao todo) que, durante horas, cantaram e bailaram nas ruas e no AT, ao som das concertinas, das pandeiretas, dos cavaquinhos, das castanholas e dos ferrinhos. Mesmo sem grandes primores técnicos a nível de musicalidade e coreografia, os participantes cumpriram a tradição difundindo com vivacidade os cânticos típicos da terra e levando a animação ao “coração” da festa, que também se fazia na “Rotunda do Chafariz” (junto à “Ponte Velha”) com uma multidão a dançar ao ritmo da tocata de concertinas. 

O cartaz referente ao primeiro fim de semana teve como ponto alto o folclore, a melhor expressão das tradições e dos usos populares em qualquer localidade que se preze do Alto Minho. Com os seus típicos trajes, exibidos com indisfarçável orgulho, e as respetivas estúrdias, o Rancho de Távora de Santa Maria e São Vicente, o Rancho das Camponesas da Vila de Soajo, o Rancho Típico de Vilela e o Rancho Estrela do Norte de Gondoriz superaram as melhores expetativas, empolgando o público com as suas “modinhas”. Contrariando a pirâmide demográfica, sobrerrepresentada pela população sénior, nota de destaque para a participação de vários elementos infantojuvenis, sinal de que a transmissão do património etnográfico está mais do que assegurada.

Durante e depois do folclore, quem quis atravessou a avenida em direção a norte para dançar à boleia da banda Night Shadow no LA. Aqui e acolá, dá-se o reencontro de amigos e familiares, seja de residentes ou de emigrantes. Nesta linha, no dia 7, foi a vez de os cantares ao desafio fazerem subir a primeiro plano as desgarradas com uma maioria de cantadores jovens a arrancar cantigas de improviso umas atrás das outras. Na outra ponta, no palco instalado no LA, brilhou a Orquestra Microsom que presenteou o público com música, alegria e boa disposição, num cenário especialmente privilegiado pelas belas vistas.

Com origens nos Arcos mas a ganhar a vida além-fronteiras, o grande contingente de emigrantes a passar férias no torrão natal já está contagiado há dias pela atmosfera da romaria – aos conterrâneos que um dia deixaram as suas raízes em busca de uma vida melhor foi consagrado o dia 8 (Festa do Emigrante). À grande avenida, sobretudo à noite, acercam-se muitos grupos (com sotaque estrangeiro maioritariamente) em várias direções: uns acomodam-se nas tasquinhas, onde são servidos petiscos variados da região (porque são dias de festa, perdoam-se os excessos), outros detêm-se um pouco nas tendas de “marroquinaria” e as famílias com crianças procuram os carros de choque, o Parque Infantil da Avenida Recontro de Valdevez e os carrosséis para “passeios” radicais. Neste regresso à terra para uma confraternização em torno das tradições e dos petiscos característicos da região, a música de cariz popular faz parte desta receção de boas-vindas aos emigrantes, com os quais o concelho de Arcos de Valdevez mantém uma dívida de gratidão e reconhecimento.

Sob registos distintos (e para públicos variados), o programa de animação musical até 13 de agosto irá oferecer nova jornada de folclore (dia 9, 22h00, AT), com os ranchos de Eiras, Paçô, Arcos S. Paio, Prozelo, Vilarinho das Quartas, S. João de Rio Frio, Alegria Portuguesa de Gironde (França) e Danças e Cantares de Portugal do PISC Elizabeth (Nova Jérsia, Estados Unidos da América); um espetáculo com a assinatura da ‘Show Band’ (dia 9, 23h30, LA); os concertos de Fernando Daniel (dia 10, 22h30, AT) e da banda ‘Curtisom’ (dia 10, meia-noite, LA); o festival Ínsua do Vez (de 10 a 13, 00h30); o baile com o grupo ‘Carlos Rodrigues’ (dia 11, 23h00, LA); os bombos em toada sincopada (dia 12, das 9h00 às 12h00, Praça Municipal e Largo da Lapa); o grande concerto bandístico da Sociedade Musical Arcuense (dia 13, 22h00, AT); e o grupo ‘Kalhambeque’ (dia 13, 23h30, LA). 

 

Cortejo etnográfico noturno

Por seu lado, as freguesias e o movimento associativo terão a seu cargo a recriação dos usos e costumes, bem como a mostra dos produtos e dos saberes do mundo campestre, num cortejo – entre a Rotunda da Solidariedade e a Rotunda da Ponte Nova – onde são de esperar quadros intimamente associados à identidade arcuense. O desfile irá sair à rua na próxima sexta-feira, 11 de agosto, depois das 21h30. Mas o peso da tradição hortícola e frutícola do concelho será retratado já esta quinta-feira, 10, a partir das 16h00, no Mercado Municipal, onde os produtores locais farão questão de mostrar e disponibilizar para negócio um diversificado cabaz de exemplares extraídos da terra. 

 

Programa religioso

Já o dia grande para os fiéis está marcado para domingo, 13 de agosto. Pelas 17h00, no adro da igreja da Lapa, é dita missa campal em honra de Nossa Senhora da Lapa. Finda a eucaristia, sairá do templo em procissão (18h00) o andor de Nossa Senhora que empresta o nome às Festas do Concelho e nela tomarão parte, além de outros quadros, as bandeiras das paróquias do arciprestado de Arcos de Valdevez. 

 

Festa do rio dedicada aos “Super-heróis”

Para a grande maioria dos foliões é o ponto alto das festas: a serenata dos barcos alegóricos, este ano consagrada aos “Super-heróis”, promete um espetáculo cheio de cor e de brilho, com o cortejo de esculturas a deslizar pelas águas do rio Vez algumas das figuras (ficcionadas) mais icónicas da História. 

O grande “número” da romaria, tendo o rio Vez como cenário incomparável, está a ser trabalhado há meses na oficina de Nuno Mokuna (digno sucessor do pai, Zé Mokuna), que dá largas à imaginação concebendo autênticas obras de arte, fruto de um trabalho meticuloso, que mistura carpintaria, escultura e pintura. A festa do rio, com música e locução ao vivo, está reservada para as 22h30 do próximo sábado, 12.

 

Estacionamento anárquico

Apesar do empenho que a Folia e a Câmara estão a emprestar ao evento, sobram, porém, muitas queixas do público em relação à falta de uma solução para disciplinar o estacionamento, muito embora para muitos prevaleça a demonstração prática da ausência de civismo e das mais elementares normas de educação. 

Para os utilizadores habituais das áreas de parqueamento, a crítica mais comum prende-se com o facto de muitos dias antes do arranque das festividades terem sido logo vedados ao estacionamento quase todos os parques sediados no perímetro urbano, transformados, durante uma temporada (cerca de três semanas), em espaços de diversão e recreio, praças de alimentação ou em zonas de espetáculo, com impactos diretos no estacionamento caótico (principalmente à noite), não restando aos automobilistas outra alternativa que não ‘parquear’ em passeios, segundas filas, áreas verdes, linhas amarelas ou rotundas.

A.F.B.

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