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Reaproveita materiais para fazer candeeiros domésticos que primam pela originalidade

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Há mais de três décadas que António Moreira Ponces abraçou o artesanato quando decidiu capitalizar a sua vasta experiência, como antigo profissional do setor de ferramentas, para transformar garrafas e garrafões de vidro em candeeiros. O ofício que o artesão de 83 anos define pela “criatividade” e “singularidade” tem conquistado a preferência dos que procuram peças funcionais e sustentáveis. 

Orgulha-se de ser “lisboeta”, mas “abraçou” Arcos de Valdevez como terra de adoção desde 1998 (“antes já vinha cá, mas só de férias!”), lembrando ao NA de onde vem a vocação que desenvolveu nos Arcos. “O gosto pela arte herdei-o do meu pai (alentejano), fui o único filho a assumir esta veia artística e aprendi a observá-lo. Fora isso, também há que puxar pela cabeça”, ressalva. 

Os emigrantes, que ficam rendidos às suas inovações, são os principais “clientes”. “Por isso é que os meus trabalhos estão por vários países da Europa, além do Canadá e dos Estados Unidos da América. Em muitas situações, são eles (emigrantes) que trazem peças para depois serem executadas por mim e serem levadas para os países de destino”, adianta António Ponces, que faz do artesanato um “passatempo”.

O vidro é a matéria-prima predominante, caso para dizer, com toda a propriedade, que o vidrão dos ecopontos não fica a ganhar com Ponces. “O meu trabalho é aproveitar garrafas e garrafões de vidro e fazer deles candeeiros”, atalha António Ponces, que já promoveu exposições nos Arcos e na Barca. 

A sua arte foca-se no trabalho do vidro (também da madeira e do barro) a pensar, justamente, no desenvolvimento de candeeiros – com decoração e design a condizer – para uso doméstico. O artista sabe que muito do sucesso das peças reside nos pormenores. “Atendo aos detalhes todos, sou extremamente minucioso nisso, e combino com os clientes se querem flores (ou outros elementos da natureza), bolinhas de esferovite, mensagens escritas, posters…”, especifica. Os espaços privilegiados para acomodar estes candeeiros são muito diversificados, desde os quartos (mesinhas de cabeceira) até às salas de estar, passando pelas cozinhas e pelos halls.

Noutro registo, Ponces também explora búzios e dá vida a outros materiais para fins funcionais, caso de um chifre que transformou num pequeno candeeiro em forma de peixe, com acabamentos (polimento e envernizamento) adequados.

O entusiasmo do artista está correlacionado com a envolvência dos clientes que fazem as encomendas e cada criação é uma experiência diferente. Mas há pedidos e pedidos, e consolos também. Um dos seus mais indefetíveis admiradores é o neto Bruno Ponces Lourenço, talentoso jogador do Boavista, com formação feita no Benfica. “Chama-me ‘meu avozinho do coração’. Ele fica encantado com os meus trabalhos”, regozija-se António Ponces. 

Um candeeiro, com todos os materiais (abajur, ligação elétrica, cola, lâmpada, tinta…) implantados e os respetivos trabalhos de bricolagem, “leva cerca de dois dias a fazer” e custa algumas dezenas de euros. 

História de vida

Natural de Santa Maria dos Olivais (Lisboa), António Moreira Ponces trabalhou na empresa Automática Eléctrica Portuguesa, onde eram feitos os telefones de marcador (o entrevistado tem em casa dois exemplares em funcionamento, com punho por ele concebido). Aí, desenvolveu competências na área de cortantes e moldes.

Posteriormente, deixou-se encantar pelos Arcos, influenciado pela família Caniço. No Alto Minho, potenciou as habilidades técnicas para aprimorar a sua vocação por um artesanato “único”, transformando botelhas e garrafões de vidro em candeeiros. 

Não frequenta feiras de artesanato e prefere trabalhar por encomendas através do endereço eletrónico antoniomoreiraponces@gmail.com.

A.F.B.

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