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Publicou tese sobre “Diversidade Genética” em revista científica norte-americana Investigadora arcuense distinguida com o prémio internacional “Jovem Cientista” em Genética Humana

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Não é só Bioquímica, nem unicamente Biotecnologia. Também não é só Biologia, nem simplesmente Genética Humana, ou Diversidade Genética A vida da arcuense Nicole Sónia Neto Pedro mistura tudo isso a pensar num objetivo superlativo: expandir o conhecimento em benefício das ciências da vida. Depois de ver um trabalho de investigação (tese de doutoramento) publicado na revista científica internacional Journal of Human Genetics, Nicole Pedro foi distinguida com o prémio “Jovem Cientista” em Genética Humana pela mesma publicação. É, atualmente, técnica de investigação no CIBIO – Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos.

“O meu gosto pelas ciências começou bastante cedo, no ensino básico. As minhas disciplinas preferidas sempre foram a Biologia e a Química. Prova desse fascínio é que me licenciei em Bioquímica (2010-2013) na Universidade do Minho”, diz ao NA a investigadora.

“Seguidamente, fiz mestrado em Biotecnologia Farmacêutica (2014-2016) na Universidade de Coimbra. Foi durante a minha tese de mestrado que comecei a trabalhar em Genética Humana, uma das áreas da Biologia que mais me fascina. Após o mestrado, consegui uma bolsa de investigação (2017-2018) num grupo que estuda a Diversidade Genética das populações humanas, onde acabei por desenvolver o meu doutoramento (2019-2023). A Diversidade Genética é a variação genética que se pode encontrar entre diferentes populações ou mesmo entre os indivíduos da mesma população. É o resultado da adaptação das populações a diferentes ambientes, agentes patogénicos, alimentos, entre outros fatores”, explica Nicole Pedro. 

O trabalho de doutoramento da investigadora arcuense foi bastante influenciado pela pandemia. “Por causa da Covid-19, o meu projeto de doutoramento teve de ser quase todo ele readaptado. Durante a crise pandémica, e enquanto estive impossibilitada de trabalhar no meu projeto, acabei por ajudar nos estudos da Covid-19, fazendo a sequenciação do vírus para projetos do grupo e para o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). No fim, o meu trabalho acabou por ser focado numa das populações mais antigas fora de África, localizada na Papua-Nova Guiné, que é uma das populações com maior diversidade linguística e genética do planeta”, contextualiza a investigadora. 

Objetivos e resultados da investigação

Os objetivos da tese de doutoramento foram “caracterizar a diversidade étnica e a estrutura populacional da Papua-Nova Guiné e descobrir a adaptação biológica do microbioma oral nessas populações que vivem num ambiente muito heterogéneo. Ao analisar os genomas mitocondriais completos, que são pequenas porções de DNA presentes nas nossas mitocôndrias e que apenas herdamos das nossas mães, destas populações e de outras comunidades envolventes, foi possível reconstruir a história filogenética e filogeográfica do Norte do Sahul (atual Nova Guiné e Austrália)”, adianta Nicole Pedro. 

O estudo “permitiu evidenciar alguns pontos importantes da colonização do Sahul que ainda estavam em debate. Os nossos resultados apoiam a hipótese de que o Norte e o Sul do Sahul foram colonizados durante o mesmo período de tempo, mas por dois grupos distintos de Homens modernos. Após a colonização, estas populações permaneceram isoladas durante cerca de 20 mil anos e foram divergindo geneticamente”. 

O trabalho desenvolvido por Nicole Pedro foi publicado no Journal of Human Genetics em 2020. “Dois anos depois, em 2022, fui distinguida com o prémio ‘Jovem Cientista’ do ano (JHG Young Scientist Award 2022) em Genética Humana por essa mesma revista. Na sequência deste prémio, fui convidada a deslocar-me à cidade japonesa de Yokohama, onde recebi o prémio e apresentei o meu trabalho na 67.ª Reunião Anual da Sociedade de Genética Humana do Japão, que se realizou de 15 a 17 de dezembro de 2022”, conta a investigadora de 31 anos, motivada para “continuar a investigar quais as adaptações que ocorreram nos genomas dos colonizadores da Papua-Nova Guiné sujeitos a um ambiente único e global”. 

Entretanto, desde o início de 2024 que Nicole Pedro é técnica de investigação no CIBIO (Universidade do Porto), onde faz parte de uma equipa que “presta uma grande variedade de serviços de análise à comunidade com base na aplicação de ferramentas genéticas e moleculares”.

Quem é Nicole Pedro?

. É da freguesia do Vale, embora nascida nos Estados Unidos da América.

. Tem 31 anos.

. Cedo se interessou pelas ciências. 

. Concluiu o ensino secundário no Agrupamento de Valdevez.

. É licenciada em Bioquímica pela Universidade do Minho.

. Tirou o mestrado em Biotecnologia Farmacêutica na Universidade de Coimbra.

. Doutorou-se em Ciências Biomédicas no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto.

. Publicou estudo em revista científica norte-americana.

. Foi distinguida com o prémio “Jovem Cientista”.

. É técnica de investigação no Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), da Universidade do Porto. 

A.F.B.

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