No concelho de Arcos de Valdevez, foram recolhidos 50,9 quilos de lixo urbano reciclável por cada habitante, menos de um oitavo de todo o lixo produzido por cada arcuense (410,4 quilos). Os últimos dados conhecidos dizem respeito a 2021 e estão reunidos na plataforma Pordata.
O município de Arcos de Valdevez está muito distante do concelho alto-minhoto que regista maior quantidade de resíduos recicláveis, que é o de Vila Nova de Cerveira, com 110,3 quilos de lixo tratável por habitante. Completam o pódio distrital Viana do Castelo, com 95 quilos de resíduos urbanos recolhidos seletivamente por residente, e Melgaço, com 94,1 quilos por domiciliado.
Em média, em Portugal, cada habitante recicla 114,8 quilos dos 510,3 quilos de lixo que produz. Na região do Alto Minho, cada residente produz uma média de 466,3 quilos de resíduos urbanos, dos quais 76,9 quilos são recolhidos seletivamente. No distrito de Viana do Castelo, o município de Caminha, com 710,3 quilos, é, por habitante, o recordista do lixo produzido. Ao invés, o concelho alto-minhoto com menor lixo produzido (366,9 quilos por residente) é o de Ponte de Lima.
“Urge mudar comportamentos a bem de todos”
Segundo o edil arcuense João Manuel Esteves, “a reciclagem ainda caminha a passos lentos”. Por isso, para alterar comportamentos, a Câmara Municipal de Arcos de Valdevez e a Resulima têm vindo a realizar ao longo do tempo campanhas com o objetivo de promover a redução de resíduos e, ao mesmo tempo, de estimular a adesão dos habitantes aos sistemas de deposição seletiva e reciclagem.
Estas iniciativas têm incluído ações de sensibilização para a importância da reciclagem, com a distribuição de bolsas em tecido (ecobags) pelos cidadãos interessados. Entende o Município que “é essencial disseminar os recipientes adequados para reciclar o lixo, criando condições para que mais arcuenses possam separar os resíduos de embalagem, destinando-os à reciclagem”.
De resto, a Resulima, em colaboração com o Município de Arcos de Valdevez, está a instalar ecolugares no concelho, equipamentos que visam aumentar as taxas de reciclagem, constituindo um complemento à solução de recolha seletiva.
A aposta nos ecolugares, segundo a Resulima, “tem o intuito de contribuir ativamente para a redução da quantidade de resíduos em aterro, estimulando a economia circular e conseguindo ganhos ambientais”. Complementarmente, o protocolo assinado entre a Resulima e o Município arcuense prevê ainda “vantagens a nível financeiro por cada tonelada recolhida: 30 euros para os resíduos de embalagem de vidro; 70 euros para os resíduos de embalagem de papel/cartão; e 150 euros para os resíduos de embalagens de plástico e metal”.
O ecolugar destina-se a recolher “volumes maiores do que o ecoponto, sendo composto por dois contentores de cinco metros cúbicos para o papel/cartão, dois contentores de três metros cúbicos para o vidro e dois contentores de cinco metros cúbicos para embalagens de plástico e metal”.
A.F.B.
