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Sexta-feira, Dezembro 13, 2024
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Núcleos rurais de Arcos de Valdevez cada vez mais esvaziados

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2022 registou nova quebra populacional, embora mais ligeira
Núcleos rurais de Arcos de Valdevez cada vez mais esvaziados
As estatísticas não deixam margem para dúvidas: o território de Arcos de Valdevez está cada vez mais despovoado, situação que se agrava nas localidades de montanha. Segundo a última operação Censos, estavam domiciliadas 20 718 pessoas no concelho arcuense em 2021, um decréscimo de 2129 habitantes face ao estudo censitário de 2011 (22 847 moradores), o equivalente a uma quebra de 9,3% em uma década, sendo que a curva descendente prosseguiu em 2022, ainda que de uma forma mais ténue (-25 habitantes). A regressão populacional decorre, fundamentalmente, do saldo natural negativo.

No seguimento de continuadas políticas de desinvestimento a que tem sido condenado o Alto Minho, a população desta região sofreu uma quebra de 5,45% entre 2011 e 2021. Mas o declínio demográfico no concelho de Arcos de Valdevez, de 9,3%, supera largamente a média do distrito. No Alto Minho, em termos proporcionais, só Melgaço (-15,6%) perdeu mais população do que Arcos de Valdevez no período em análise – a região, em termos genéricos, falhou o objetivo de convergir com o resto do País e também não conseguiu deixar de ser um distrito de assimetrias.

Por freguesias, três das localidades com maior variação populacional negativa no distrito de Viana do Castelo são deste concelho: Senharei perdeu 37,1% dos habitantes, passando de 259 residentes em 2011 para 163 domiciliados em 2021; Soajo registou 31,9% de moradores a menos, recuando de 986 habitantes em 2011 para 671 em 2021; e Sistelo viu a sua população diminuir de 273 pessoas em 2011 para 199 em 2021, o equivalente a um recuo de 27,1%.
Apesar dos indicadores negativos, o “afundamento” demográfico de Arcos de Valdevez é atenuado um pouco graças às freguesias da malha urbana e semiurbana de Arcos de Valdevez onde a população cresceu, fruto do enorme investimento efetuado em infraestruturas (expansão de equipamentos, habitação, acessibilidades, recreio e lazer). Por essa razão, registaram um acréscimo populacional as seguintes freguesias: Arcos de Valdevez (São Paio) e Giela com uma variação positiva de 6,94%, passando de 2580 habitantes em 2011 para 2759 em 2021; Paçô com uma evolução de 4,29%, de 933 para 973 moradores na década em referência; e Arcos de Valdevez (São Salvador), Vila Fonche e Parada com um crescimento de 0,96%, tendo passado de 1661 para 1677 domiciliados entre 2011 e 2021. Fora do perímetro urbano, as freguesias do Couto (5,25%) e de Aguiã (com uns residuais 0,14%) são as únicas que se intrometem entre as que aumentaram o número de moradores: a primeira passou de 615 residentes em 2011 para 647 em 2021, enquanto a segunda viu a população subir de 705 para 706 indivíduos entre 2011 e 2021.

Grupo dos idosos quase quadruplica o dos jovens até 14 anos
Independentemente das exceções, o despovoamento e o envelhecimento são elementos comuns à grande maioria das freguesias do concelho arcuense. Estratificando as estatísticas por faixas etárias, constata-se que apenas o grupo dos idosos tem aumentado neste concelho – de 30,9% (em 2011) para 36% (em 2021). Já o grupo dos jovens (menos de 15 anos) a residir no concelho regrediu no referido período: de 11,3% (em 2011) para 9,3% (em 2021), em razão da baixa natalidade e, também, da falta de oportunidades profissionais existentes no território. Para se ter uma ideia da prevalência da população sénior, basta referir que, nos Arcos, há 387,8 indivíduos com 65 (e mais) anos para cada cem jovens (havia 273,6 seniores por centena de jovens em 2011).
Também a população em idade ativa regrediu no espaço de uma década: caiu de 57,8% em 2011 para 54,7% em 2021, o que se traduz num défice de mão-de-obra em áreas-chave da economia (restauração, hotelaria, construção…).

Na ótica da oposição, “o índice de envelhecimento, o saldo natural negativo e a emigração da população em idade ativa ameaçam o futuro do concelho de Arcos de Valdevez”, onde o despovoamento é cada vez mais uma dura realidade nas freguesias, sobretudo nas de montanha.
A.F.B.

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