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Sexta-feira, Fevereiro 14, 2025
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Concerto de Ano Novo Banda de Arcos de Valdevez deu o mote para um ano de “paz e alegria”

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A Sociedade Musical de Arcos de Valdevez (SMAV) promoveu, no passado dia 12 de janeiro, o habitual concerto de Ano Novo, levando ao palco, da lotada Casa das Artes, um espetáculo eclético, que misturou diversos estilos (música clássica, canção popular, canto épico, ritmos brasileiros…) ao gosto dos diferentes públicos, numa viagem que fez sobressair os vários naipes da Banda arcuense. No principal momento performativo, o público vibrou com a Marcha dos Arcos, coroando um concerto onde a qualidade artística e a entrega estiveram de braço dado do início ao fim. O espetáculo assinalou a estreia dos jovens Ana Luísa Mota (saxofone) e Eduardo Sousa (clarinete), os dois formados na Escola de Música (da SMAV), coletivo de cerca de trinta elementos que abriu o evento com uma breve performance (A Joyful Journey, de Robert Sheldon), carregando cada um dos elementos o peso do futuro.

Entretanto, o concerto da SMAV, que fez avultar oito temas populares e eruditos, foi inaugurado com a peça Olé Liz, do compositor português Vítor Resende, desde 2017 “um dos pasodobles mais tocados pelas bandas filarmónicas portuguesas”, disse a porta-voz, Beatriz Silva, em jeito de apresentação.

Boris Godunov, do compositor e militar russo Modest Mussorgsky, segundo tema do sofisticado repertório, “conta a história do povo russo que resiste a uma invasão”, ficando evidenciado nesta ópera a “exaltação do povo, com os coros intercalados por canções folclóricas e cantos ortodoxos tradicionais”.  

O alinhamento seguinte contemplou Espana Rhapsodie, do compositor francês Emanuel Chabrier, “retratando o ambiente vivido nos locais mais pitorescos de Espanha, ao mesmo tempo que capta a cor e a emoção da música que Chabrier testemunhou em várias cidades espanholas”. 

De seguida, a Banda tocou Olympiada, do compositor norte-americano Samuel Hazo, uma obra que dá enfoque às “condições humanas de intensa glória e dor que os Jogos Olímpicos podem inspirar”, entrecruzando “temas com um toque greco-histórico e harmonias/melodias modernas, representando a luta atlética pelo reconhecimento olímpico e pela superação dos limites humanos”. 

Com Muralles, do compositor espanhol Juan Gonzalo Gómez Deval, os quase setenta músicos da orquestra arcuense interpretaram “os andamentos da Lenda, do Poder e da Paixão”. 

A obra Tico-Tico, do compositor brasileiro Zequinha de Abreu (com arranjo do nipónico Naohiro Iwai), juntou “ritmos de samba e melodias típicas do Brasil”, um tema “popularizado por Carmen Miranda, no filme Copacabana (de 1947).   

O programa prosseguiu com a rapsódia Cantar a Terra (arranjo de Diogo Costa), “um tema de cariz popular português”, misturando “canções tradicionais do Minho com o cante alentejano, que as pessoas de São Paio de Antas (Esposende) cantavam durante o trabalho na agricultura”. 

No momento seguinte, foi executada a peça Cheerio March, do compositor norte-americano Edwin Franko Goldman, “uma marcha alegre” para responder à crise financeira que afligiu os Estados Unidos nos anos 30 do século passado.

Para remate em apoteose, foi tocada a Marcha dos Arcos (de António Branco Pedreira), em que a plateia aproveitou para interagir com os músicos, presenteando-os com uma estrondosa salva de palmas e com um pedido de “só mais uma”, extra performativo que a Banda fez questão de satisfazer.

 

“É essencial a simbiose entre experiência e juventude”

Ao NA, o maestro, que opta sempre pela sobriedade em palco, mostrou-se “honrado” por estar na regência da SMAV. “É um privilégio pertencer a este grupo, sinto que os músicos estão comigo. Todos juntos, conseguimos fazer concertos bons e diferentes. Se não houvesse este elã, eu não estava aqui a fazer nada”, ressalva o portuense Álvaro Pinto, de 49 anos, “feliz” por ver os frutos da Escola de Música.  

“A juventude, combinada com experiência [de assinalar neste concerto o regresso de Daniel Sousa e Rui Silva], é um dos pontos fortes da SMAV. Esta simbiose é essencial, a experiência dá-nos estabilidade, a juventude garante-nos futuro. Queremos continuar a trabalhar para fazer crescer ainda mais a Banda”, promete Álvaro Pinto, apelando à “paz no Mundo”. 

A.F.B.

 

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