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Exposição retrata viagem “encantadora” à Namíbia

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Foi inaugurada, no passado dia 14 de outubro, a exposição “Uma viagem à Namíbia”, da autoria de José da Silva Ferreira, no Centro Ciência Viva dos Arcos – Oficinas de Criatividade Himalaya. O arqueólogo, historiador e médico partilhou com o público a experiência “encantadora” que foi a viagem àquele país da África Austral (costa ocidental de África), “com pouco mais de 2 milhões de habitantes”, de “clima agreste” (semiárido e semitropical), com uma “fauna diversa” e uma “rica indústria extrativa (diamantes)”.  

“A viagem que eu e a minha mulher fizemos à Namíbia tocou-nos muito profundamente, trouxemos de lá uma experiência para a vida! Vimos uma natureza desumanizada, isto é, sem qualquer intervenção do Homem, algo extraordinário, um pouco como acontece nos glaciares ao longo da Patagónia, embora em planos diferentes”, vincou José da Silva Ferreira.

Além de fotografias que “documentam a paisagem natural da Namíbia em várias vertentes”, a vitrina expositiva contém “amostras de minerais e de rochas diversificadas, todas etiquetadas”. De entre elas sobressaem o feldspato, a malaquite, a brecha, o xisto (“este com a particularidade de apresentar microgranadas impelidas na textura”), sem esquecer “pedras mais vistosas”, como a turmalina, o ‘verniz do deserto’ (“rocha submetida à erosão pelo vento com a areia, facto que acaba por lhe dar o verniz do deserto – o castanho resulta do batimento da areia vermelha com ferro, o que lhe confere um brilho muito especial”) e a dolerite (“rocha negra que também tem o brilho do deserto, é aparentada com um seixo rolado, em parte, por ação do vento”). Por fim, “a areia das dunas é finíssima, assemelha-se a um pó”, é o que revela a amostra guardada na vitrina.

De “gente afável”, a Namíbia foi colónia alemã entre o fim do século XIX e 1918, tendo a administração do país passado depois para a África do Sul. A independência da Namíbia foi conseguida a 21 de março de 1990. O país é atravessado por dois grandes desertos, o Namíbe, “de areia e dunas imponentes”, e o Kalahari, “semelhante a uma savana”.

Na espécie de minivolta ao mundo que está a empreender por países ricos em História, património, cultura, elementos geológicos, paisagens monumentais, fauna e artes tradicionais, o estudioso José da Silva Ferreira visitou muito recentemente o Irão (“onde os monumentos são um importante testemunho da vida social e cultural na Pérsia”) e, no plano de viagens, Madagáscar é o próximo destino. 

Descrição “poética” da Namíbia

Os sentimentos que germinaram em José da Silva Ferreira no contacto íntimo com a natureza da Namíbia, “em estado puro”, inspiraram o texto transcrito a seguir, o qual descreve poeticamente a “experiência única” de visitação àquele país que faz fronteira com Angola. 

A Namíbia é uma “Terra prístina [primitiva] e intacta na sua beleza diversa e natural, onde tudo é autêntico e único”.

“Na imensidão das suas planícies e desertos se perde o nosso olhar que aí encontra imagens do início dos tempos”.

“O pôr-do-sol, na magia das suas cores e no silêncio que nos emudece, cria momentos de meditação sobre o significado de tudo o que nos rodeia: universo, vida e morte”.

“O azul vibrante do céu, pela hora do meio-dia, contrasta e concretiza uma conjugação perfeita com o vermelho das dunas imponentes. Aqui, o vento intenso levanta nuvens de poeira finíssima que o Sol faz brilhar em jatos de luz”.

“Nos seus desertos sem fim, a vida resiste e manifesta-se em formas surpreendentes no seu esforço de sobrevivência. Esta paleta de imagens tão diversa que a Natureza gera e sustenta é um regalo para os sentidos e inquietação do pensamento”.  

A.F.B.

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