A pesca aos salmonídeos começou no passado dia 1 de março. Os praticantes deste desporto são cada vez em menor número, é certo, mas há sempre quem não resista ao vício de pegar nos apetrechos de pesca.
A razão do crescente abandono desta atividade lúdica é conhecida de todos. A truta rareia cada vez mais nos rios Vez e Lima. Nesta bacia, devido à replicação de espécies vorazes como o achigã e o lúcio – sem esquecer a proliferação do corvo-marinho –, a grande preciosidade destas águas praticamente desapareceu. Aliado a isso, também a perca, que se alimenta de ovos e juvenis de espécies residentes, tem ajudado tanto à erradicação das trutas como do escalo e da boga.
Sem saber qual o nível de eficácia, os adeptos da pesca defendem o lançamento de alevins com a finalidade de garantir um repovoamento sustentável de trutas para que o rio Lima volte a ser o que já foi em tempos, independentemente de a medida vir a ser repercutida no custo da licença anual.
A licença de pesca lúdica em águas doces (licença de pesca desportiva) é obtida em terminais Multibanco (custa 13,46 euros). Mas, para pescar nos troços loteados dos rios Lima e Vez, é necessário adquirir uma licença adicional – a especial diária –, que custa 50 cêntimos por jornada (dia).
Descargas sem aviso sonoro
No âmbito do Plano de Emergência Interno da EDP, foi testado, em anos recentes, o sistema de aviso à população através de sirenes colocadas nas margens do rio Lima. O exercício fez ecoar sons bem audíveis em várias localidades dos concelhos de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca confinantes do rio.
Mas os testes não passaram disso mesmo e as descargas nas barragens de Lindoso/Soajo e Touvedo/S. Jorge não têm sido acompanhadas dos avisos sonoros para prevenir o risco de acidentes.
Devido a descargas, já morreram pescadores nas águas do rio Lima.