A oferta de trabalho na Galiza para os portugueses tem vindo a diminuir e tal facto se deve às condições que o norte de Portugal acena para as empresas se instalarem em solo luso (preços competitivos dos terrenos e regalias fiscais).
A competitividade do norte de Portugal está, de facto, na origem da queda no recrutamento de mão-de-obra nacional por parte da economia galega. Em 2019, foram 9690 os trabalhadores portugueses que assinaram contratos de trabalho na Galiza, mas em 2023 esse registo caiu para 6773, menos 30%, segundo os indicadores adiantados pelo jornal La Voz de Galicia.
Outro dado de vincada importância é que os trabalhadores da Galiza deslocados em Portugal mais do que duplicam o contingente nacional que ganha a vida em terras galegas: 11565 galegos, mais de metade da província da Corunha, face a 5533 portugueses.
A evolução do número de empresas na Galiza nos últimos anos apresenta um défice em praticamente todos os setores, “todos os anos se perdem empresas e não há como estancar a hemorragia”, dizem as entidades galegas.
De referir que os portugueses que atravessam a fronteira para trabalhar na Galiza fazem-no maioritariamente para operar na construção. De acordo com os dados da Segurança Social galega, no último exercício estavam inscritos 1458 contribuintes portugueses em atividades ligadas à alvenaria. Segue-se o transporte e armazenamento, com 1340 inscritos de nacionalidade portuguesa.