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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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Concelho de Arcos de Valdevez quarto mais pobre do Alto Minho

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Jovens qualificados que rumam a outras terras à procura de oportunidades, comércio tradicional a definhar, empresas de alta tecnologia que não se instalam no território, indústria que remunera mal e que fecha unidades, falta de melhores vias de comunicação, população ativa com baixas habilitações académicas… Eis algumas das explicações para que o concelho de Arcos de Valdevez seja o quarto mais pobre do distrito de Viana do Castelo, com um nível de vida reduzido em relação ao poder de compra quer regional quer nacional. Os indicadores mais recentes remontam a 2021.

Os habitantes de Arcos de Valdevez têm apenas 72,8% do poder de compra da média nacional. O índice concelhio é, também, inferior à capacidade financeira do conjunto dos municípios alto-minhotos (82,3% da média de Portugal). E o fosso em relação aos grandes centros continua a aumentar, isto já para não falar na dificuldade em acompanhar a pedalada de concelhos de perfil idêntico.

Segundo apontam os dados compilados na plataforma Pordata, com base num estudo sobre o índice de poder de compra dos municípios nacionais, os domiciliados nos Arcos passaram a ter apenas mais 4,2% de capacidade aquisitiva (bens e serviços) entre 2019 (68,6%) e 2021 (os referidos 72,8%). Comparando com outros municípios de menor dimensão, como Óbidos (Leiria), que passou de 75,9% em 2019 para 81,3% em 2021 (incremento de 5,4%), verifica-se que o município de Arcos de Valdevez apresenta indicadores abaixo do expectável. 

No que respeita ao Alto Minho também são grandes as assimetrias e apenas Paredes de Coura, Ponte da Barca e Melgaço apresentam poder de compra per capita abaixo do de Arcos de Valdevez. A capital do distrito, Viana do Castelo (92,1%), é o município onde os habitantes possuem maior capacidade financeira, seguindo-se Caminha (86,5%), Vila Nova de Cerveira (84,8%), Valença (também com 84,8%), Ponte de Lima (76,7%) e Monção (75,1%). Só depois é que vem o município de Arcos de Valdevez, com os anteditos 72,8% da média nacional. Já Paredes de Coura (69,4%), Ponte da Barca (67,2%) e Melgaço (64%) apresentam o pior nível de vida dos dez concelhos alto-minhotos.

Há factos que ajudam a explicar registos tão discrepantes. Fora o impulso que Arcos de Valdevez conheceu no ramo do turismo neste século, hoje uma atividade económica fundamental, geradora de rendimento e de emprego, assente nas riquezas paisagísticas, patrimoniais, gastronómicas e etnográficas, a verdade é que este território não tem conseguido captar indústria de valor acrescentado, nomeadamente do setor tecnológico.

De um modo mais abrangente, os concelhos mais afastados dos centros de poder têm um menor poder de compra per capita, sendo este um indicador, especialmente, evidente no Alto Minho, no interior norte e na região centro. Pelo contrário, os municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, assim como certas “bolsas” do Alentejo, são as regiões onde se remunera melhor.

No contexto europeu, segundo dados do Eurostat, o Alto Minho equipara-se aos territórios do leste europeu, nomeadamente a Bulgária e a Roménia. 

A.F.B.

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