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“Queda” de trinta lugares face a 2021

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Escola Secundária de Arcos de Valdevez é 10.ª no ranking de equidade

Foram divulgadas, pelo Ministério da Educação, no passado dia 16 de junho, as listas ordenadas das escolas portuguesas, um ranking que todos querem saber, embora este exercício seja criticado por muitos, por o seu principal critério assentar nas notas dos alunos que fizeram exames do 11.º e 12.º anos. Mas nos últimos anos foram introduzidos novos indicadores que permitem ordenar as instituições de acordo com a equidade, o sucesso escolar, a superação ou a taxa de retenção, pesando ainda o percurso dos alunos beneficiários da Ação Social Escolar (ASE) e comparando o trajeto destes com contextos parecidos. 

Depois de ter descido oito posições no ranking de 2021, a Escola Secundária de Arcos de Valdevez (ESAV), a partir da média, escola a escola, dos resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais do secundário, baixou trinta lugares na tabela referente a 2022, tendo passado do 118.º para o 148.º posto da listagem, segundo o estudo do jornal Público/Católica Porto Business School. Este recuo resulta de um desempenho ligeiramente inferior nas 264 provas realizadas pelos alunos da ESAV propostos a exame no ano em referência, provas nas quais a média se cifrou em 12,06 valores, ou seja, 0,03 valores abaixo do registo apurado em 2021, que foi de 12,09 valores.

No conjunto das disciplinas sujeitas a avaliação pelos alunos da ESAV no ano letivo 2021/2022 sobe a primeiro plano a média de 14,42 valores que os examinados conseguiram a Física e Química, o registo de 12,71 valores alcançado pelos estudantes que realizaram prova de Matemática e a média de 11,58 valores conseguida pelos alunos que fizeram exame de Português. Inversamente, a média ligeiramente positiva de 10,73 valores a Biologia e Geologia espelha a dificuldade dos alunos que se submeteram a exame nesta área estruturante das ciências.

Com base justamente nas classificações obtidas pelos alunos nos exames nacionais do secundário, a ESAV foi, em 2022, a nona escola no ranking distrital, quando em 2021 tinha sido a sétima. No mapa distrital, o Colégio do Minho (Viana do Castelo), no 30.º lugar (com 14,35 valores de média de exame nas 123 provas efetuadas), volta a ser a instituição mais bem classificada, seguindo-se, de igual modo, a Escola Secundária de Arga e Lima (Lanheses, Viana do Castelo), na posição 87 do índice, com uma média de 12,61 valores. A Escola Secundária Pintor José de Brito (Viana do Castelo), no lugar 107, completa o pódio do Alto Minho, com uma média de 12,36 valores. No mapa particular da Ribeira Lima destaque ainda para a posição 112 da Escola Básica e Secundária de Arcozelo (Ponte de Lima) e para o lugar 113 da Escola Secundária de Ponte de Lima. 

O privado Grande Colégio Universal (Porto) lidera o ranking nacional, com uma média de 16,36 valores de classificação em exame. A primeira instituição de ensino nacional entre as públicas é a Escola Artística Conservatório de Música Calouste Gulbenkian (Braga), no 12.º lugar, com 15,11 valores de média nos exames nacionais do secundário.

A principal ilação que se pode extrair dos rankings é que não há escolas do Estado no top 10 da lista desde 2007 e o domínio das escolas privadas tem-se vindo a acentuar de forma avassaladora nos últimos anos. Segundo os especialistas, “sem dúvida que o projeto educativo interfere com os resultados, assim como a qualidade das instalações, dos recursos e do quadro docente”. Além disso, também faz diferença “uma escola sacrificar a excelência, a pensar no maior aproveitamento possível da população escolar, ao invés de filtrar os alunos que se submetem a exame como fazem algumas instituições, sem esquecer a problemática da inflação de notas”.

Indicadores que “avaliam melhor” o trabalho das escolas

O ranking baseado em notas de exame apresenta fragilidades incontornáveis, na medida em que não mede o processo de ensino-aprendizagem desde o primeiro ano, pois não correlaciona o ponto de chegada com o ponto de partida dos alunos, mas, apesar disso, há a registar a introdução em anos recentes de novos indicadores que permitem aferir/comparar resultados e consolidar dados. 

Um domínio que foi implementado em anos recentes diz respeito ao critério da “equidade”, que avalia o percurso dos alunos abrangidos pela ASE em cada escola e que compara esse resultado com contextos similares, permitindo, no índice em questão, avaliar a qualidade do trabalho das escolas. No topo desta tabela estão as escolas das regiões do Alto Minho e do Vale do Ave, que lideram igualmente o ranking elaborado a partir da percentagem de alunos que concluíram o secundário em três anos, estando também entre as regiões com menos “chumbos” nos restantes ciclos. Olhando especificamente para a ESAV, com um destacado décimo lugar na lista nacional da equidade, é de registar que cerca de 80% dos alunos com ASE (32,6% dos finalistas do secundário no AEV são carenciados) concluíram o secundário em três anos, registo que supera largamente os resultados de Portugal. Tal facto premeia o trabalho que está a ser desenvolvido desde os ciclos iniciais para combater o insucesso e o abandono escolares, através da criação de projetos educativos coerentes e diferenciados, bem como de planos inovadores apoiados por fundos comunitários. 

Além da equidade, existem outros indicadores que retratam com maior objetividade o trabalho das escolas, é o caso do ranking de superação, no qual a ESAV ocupa a posição 76 (após o 37.º posto de 2021 e o honroso 13.º lugar de 2020), em virtude de a média de 12,06 valores obtida pelos alunos do secundário nos exames nacionais de 2022 ter suplantado a média esperada de 11,32 valores, não obstante a vulnerabilidade socioeconómica de parte representativa da população escolar de Arcos de Valdevez, bem como as baixas habilitações académicas dos encarregados de educação (a maioria só possui o ensino básico) e um contexto pródigo em índices de interioridade.

Os peritos na área da educação consultados pelo jornal Público são de opinião que, “independentemente do escalonamento das escolas a partir dos exames nacionais, o foco das políticas educativas deve estar, sobretudo, centrado no combate às desigualdades e, neste contexto, os bons exemplos devem ser olhados com atenção com vista à implementação de estratégias mais produtivas por aquelas instituições que ainda têm algum caminho a percorrer”. 

A.F.B.

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