Este mês de julho, a freguesia do Extremo volta a ser alvo de sondagens por uma equipa do Laboratório de Paisagens, Património e Território (Lab2PT) e da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UAUM). A investigação incide sobre a paisagem agrária e a sua evolução histórica.
Desde 2018, têm sido realizadas intervenções na freguesia do Extremo com o objetivo de identificar a materialidade preservada da Guerra da Restauração (1640-1668), por um lado, e de compreender a paisagem defensiva que foi construída no século XVII, por outro. Este projeto, liderado pela investigadora do Lab2PT Rebeca Blanco-Rotea, com participação da população em diversas oficinas, terminou em 2022.
Em 2023, vários estudantes de arquitetura da UMinho estiveram a trabalhar com a população local para compreender esta paisagem, no âmbito do Atelier 1A Paisagem, sob coordenação de Marta Labastida, da Escola de Arquitetura, Arte e Design. Desde o passado dia 1 e até esta sexta-feira, 19 de julho, os alunos do Estágio de Arqueologia, também da UMinho, estão a participar num processo de formação prática centrado no estudo da paisagem agrária do Extremo.
De resto, este ano, a investigação no Extremo combina vários projetos nacionais e internacionais, que vão permitir continuar a trabalhar nesta paisagem, e levar o conhecimento a outros locais e países.
A investigação encerra três objetivos: conceber uma metodologia de investigação extensiva para compreender os tipos de paisagem e a forma como atuam entre si, com um interesse especial na paisagem agrária; perceber como se formaram os socalcos e datá-los; e analisar os materiais arqueológicos e sementes antigas que possam conter, de forma a identificar culturas recentes e antigas. Mas para o sucesso da iniciativa será necessária a colaboração dos vizinhos para identificação dos trabalhos agrícolas que se desenvolveram nestes terrenos, bem como os topónimos destas entidades paisagísticas (socalcos, caminhos, moinhos, canalizações…).
A investigação é promovida pela Câmara de Arcos de Valdevez, com o apoio da Junta da Freguesia de Portela e Extremo.
“Está pronto o processo a solicitar a classificação dos fortes”
No início de julho, decorreu em Braga, a conferência anual da Aliança Europeia ARQUS, onde foram apresentados os trabalhos realizados no Extremo nos últimos anos e os projetos em curso para o futuro.
Esta freguesia de fronteira é considerada vital para o avanço da investigação desenvolvida no Noroeste Ibérico a partir da arqueologia rural e da arqueologia comunitária.
De referir que, segundo o edil João Manuel Esteves, “está pronto o processo a solicitar a classificação dos fortes do Extremo.