Celebrou-se, no passado domingo, na Igreja Paroquial de Prozelo, uma missa em memória do benemérito Soares Pereira, pelos cem anos do seu falecimento. No âmbito da efeméride do centenário, a Junta vai promover várias iniciativas ao longo de 2025.
Natural da freguesia de Santa Marinha de Prozelo, José António Soares Pereira emigrou, com 14 anos, para o Brasil (Rio de Janeiro), onde, segundo o conterrâneo José Pinto, “adquiriu pelo seu trabalho uma enorme fortuna, e que em testamento a distribuiu pelos parentes pobres e em benemerências dignas de registo não apenas em Prozelo, mas no concelho dos Arcos de Valdevez e até mesmo no Rio de Janeiro”.
“O primeiro estabelecimento doado por Soares Pereira foi a escola de S. José, a qual foi criada e dotada por ele, entregando-a depois ao Estado. Tem a sua sede na casa que possuía em Prozelo e que ele adaptou convenientemente chamada ‘Eido do Moreira’. A dita escola foi criada e inaugurada em 1 de janeiro de 1922, ainda em vida do benemérito cidadão”, conta José Pinto.
“Através da leitura do seu testamento pode verificar-se que, entre outros importantes legados, contam-se 10 mil escudos ao Hospital dos Arcos, 20 contos à igreja de Prozelo e 10 contos à capela dos Remédios, situada na vila dos Arcos de Valdevez. No seu testamento pode ler-se o seguinte: ‘Por morte de minha esposa […]. Lego uma parte para a Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro e Santa Casa da Misericórdia dos Arcos de Valdevez e finalmente as três últimas da maneira seguinte: Lego uma parte para adquirir um terreno e fazer nele uma casa para a velhice desamparada que terá a denominação de Asilo Soares Pereira e as duas partes restantes para empregar em compra de títulos do governo a fim de, com o rendimento, manter o Asilo sob a fiscalização da Santa Casa da Misericórdia dos Arcos de Valdevez’. […] O Asilo deverá ser situado na freguesia do meu nascimento de Santa Marinha de Prozelo”.
“Após a sua morte, os parentes pobres que já eram beneficiados, receberam 60 apólices da dívida pública brasileira de um conto de réis cada”, lembra José Pinto.