No fim de semana de 2 e 3 de dezembro, a Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Miranda recriou a matança do porco e rojoada à moda antiga, iniciativa que lotou a sede da coletividade, na antiga escola primária de Agrochão, agora um espaço renovado.
Nenhum pormenor foi descurado, mais uma vez, os elementos da Direção e voluntários “arregaçaram as mangas” para dois dias intensos de trabalho. Reviveu-se um típico fim de semana de início de inverno, como era em tempos idos, essencial para a autossuficiência das famílias mirandenses, em que familiares e vizinhos se reuniam em torno do carro das vacas cada um com o seu colmo, faca, pedaço de telha ou sabão rosa para chamuscar e lavar o porco. Enquanto isso, ao lume, o pote a cozer o sangue (verde). Foi assim que se fez no sábado, 2 de dezembro. O dia seguinte começou bem cedo, pelas 7h00, com o lume aceso, porco desmanchado e mais de vinte panelas e potes em volta da fogueira: a “sopa da matança”, o sarrabulho e demais ingredientes foram cozinhados desta forma, como manda a tradição. Nota para uma particularidade desta freguesia, as belouras/bolachos/farinhatos/bicas não levam sangue.
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Foi um dia de convívio, partilha de lembranças de tempos que eram duros, mas felizes. No fim do almoço, os convivas degustaram um doce típico de Natal, a aletria. E pela tarde fora, desgarradas e danças para desgastar as calorias.
Depois deste sucesso absoluto, uma certeza prevalece: o futuro ainda reserva muitas histórias para contar.
Preside à Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Miranda a jovem Alexandrina Cunha.