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Rede pública de saneamento é “muito onerosa” e “em determinados sítios não é sequer uma necessidade

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Os autarcas são muitas vezes abordados por cidadãos sobre o problema antigo da falta de uma rede pública de esgotos no concelho de Arcos de Valdevez, situação que afeta ainda uma grande parte do território, apesar de o setor do saneamento absorver, há anos e anos, uma “fatia” importante dos vários quadros comunitários de apoio.

Algumas obras foram efetuadas em anos recentes e outras estão em curso, mas uma percentagem significativa da população continuará privada da rede de saneamento. Neste particular, há um grande número de alojamentos que têm de recorrer a fossas séticas, sobretudo nas freguesias de montanha, onde “não compensa construir a rede pública, com custos elevados, para servir escasso número de habitantes”.

Apesar disso, o presidente da Câmara ressalta que o panorama concelhio mudou substancialmente, “graças ao investimento feito em equipamentos de abastecimento e saneamento. [Com a ajuda do Quadro de Referência Estratégica Nacional], foram aplicados fundos em infraestruturação, através, por exemplo da construção de estações de tratamento de águas residuais”. 

Não obstante estes investimentos, há uma franja importante de habitações que não é servida pela rede pública de saneamento, recorrendo os cidadãos a soluções como fossas, sendo que “uma porção não desprezível de águas residuais não tem o tratamento adequado, com todas as repercussões ambientais daí decorrentes, designadamente ao nível da contaminação dos lençóis freáticos”, segundo tem alertado o maior partido da oposição.  

Numa ação de esclarecimento realizada em tempos na freguesia de Ermelo, o presidente do Município disse que a rede de saneamento não era uma prioridade, desde logo por ser um investimento “muito oneroso” (custos de instalação e funcionais). “Não vejo como é que o concelho de Arcos de Valdevez terá, todo ele, alguma vez, ou pelo menos nos próximos tempos, uma rede pública de saneamento devido ao dinheiro que é preciso investir e, em determinados sítios, caso de Ermelo, não é sequer uma necessidade”, frisou João Manuel Esteves.

“Se eu tiver uma fossa sética, resolvo isso [esgoto doméstico] sem fazer a concentração do efluente e sem o mandar para um sítio onde, apesar de ser tratado, tem o contratempo de aumentar a carga num mesmo local”, explicou o edil. Ou seja, nos casos em que for possível encaminhar os resíduos, sem alterações de salubridade pública ou saturação da capacidade dos solos, é de excluir a concentração da pressão para a rede pública de saneamento.

Entretanto, mais grave do que a poluição provocada pelos efluentes domésticos é a que decorre de algumas atividades, como a pecuária. Segundo os peritos, “para estas unidades produtivas não se podem encontrar soluções ‘macro’, são precisos investimentos em pequena escala, usando tecnologias novas, havendo necessidade de avaliar o impacto desta poluição nas linhas de água para que se combatam os focos mais perigosos”.

De resto, na rede de saneamento há muito a fazer no concelho de Arcos de Valdevez, uma vez que as análises às descargas das estações de tratamento, no caso dos sistemas municipais, não têm cumprido os parâmetros legais a 100%, de acordo com os dados disponibilizados pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas Residuais. 

 

Combate ao desperdício de água é a prioridade

No abastecimento de água da rede pública, a situação é mais animadora, embora um número considerável de arcuenses ainda recorra a furos e poços. Se a água da rede cumpre os padrões de qualidade, o mesmo já não se pode dizer das soluções privadas, onde o controlo da qualidade, a cargo do consumidor, é inexistente ou pouco eficaz. 

No abastecimento de água, a prioridade tem sido combater as perdas de água na rede, acima dos 40% em anos recentes, muito longe do desejável, e que resultam da degradação das infraestruturas e de uma gestão que carece de aperfeiçoamento. 

Para obviar a esta anomalia, a empresa Águas do Alto Minho (AdAM), que abarca mais de cem mil clientes, distribuídos pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira, estimava investir, entre 2020 e 2023, mais de 30 milhões de euros, dos quais 13 milhões se destinavam à renovação de redes e à eficiência energética.

A meta da AdAM é reduzir, a curto prazo, os desperdícios de água da rede de abastecimento em baixa para valores inferiores a 30% naqueles sete concelhos do Alto Minho. 

A.F.B.

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