O Portal da Memória Arcuense foi apresentado no passado dia 12 de outubro, numa sessão pública que decorreu na sala da varanda da Biblioteca Municipal Tomaz de Figueiredo. A plataforma, espécie de enciclopédia viva, está estruturada em três grandes eixos (conteúdos): “Hemeroteca”, “Áreas Temáticas” e “Livraria Municipal”.
Trabalho de 18 meses inacabado e em constante atualização, “o Portal da Memória Arcuense tem como objetivo preservar e divulgar a memória da Terra e das gentes de Arcos de Valdevez”. Através dele, faz-se “a recolha e a divulgação de diferentes tipos de património, com incidência nas histórias de vida, na memória e nas tradições, mas também nas fontes escritas, tais como os jornais locais, por intermédio da Hemeroteca, e as publicações municipais”.
Na concorrida cerimónia, o presidente da Câmara frisou que o “projeto é um grande desafio para a comunidade arcuense e para os investigadores que estudam os temas da história de Arcos de Valdevez”, salientou João Manuel Esteves, elogiando o esforço “profícuo” de Catarina Viana, Salomé Eiras, Nuno Soares, José Pinto e Francisco Barros Araújo.
Apesar das vicissitudes com a tecnologia, entretanto sanadas, o Portal permite aceder facilmente a um “grande manancial de informação online, oferecendo uma visão detalhada da sociedade e do território no passado, em formato de texto, imagem e vídeo, ao mesmo tempo que divulga o património (móvel, imóvel, imaterial e documental), os lugares, as personalidades e as tradições do concelho de Arcos de Valdevez”, resumiram a bibliotecária Catarina Viana e a arquivista Salomé Eiras, antes de testarem as várias interligações da plataforma.
À data de lançamento, o Portal já continha 2435 entradas, 11 600 registos e 65 mil imagens digitalizadas. Mais de dois terços (70%) da informação compilada estão adstritos à “Hemeroteca”, um “repositório digital de 40 jornais [Notícias dos Arcos incluído], 28 revistas e seis almanaques publicados no concelho desde o século XIX”. Já as 21 “Áreas Temáticas”, organizadas por “temas” e “subtemas”, representam 27% do volume de conhecimento reunido no Portal, com enfoque, entre outros tópicos, no “Património”, nas personalidades “Arcuenses”, no “Municipalismo”, nas “Atividades Económicas e na Tecnologia”, no “Desporto e Lazer”, na “Educação”, na “Política” ou nas “Freguesias”. Por fim, a “Livraria Municipal”, cujos conteúdos representam os restantes 3% do acervo, reúne 358 livros digitalizados, assim como CD e DVD publicados quer pela edilidade arcuense quer por outras entidades.
Convite à participação das juntas e das IPSS
De modo a enriquecer o Portal, as responsáveis da Biblioteca e Arquivo municipais formularam um “convite à participação da comunidade”, em especial aos “arcuenses que queiram partilhar informação sobre familiares, factos, saberes e património”; às juntas de freguesias no que respeita à disponibilização de dados biográficos sobre os autarcas eleitos, bem como de informação acerca do património das respetivas localidades; aos “lares e centros de dia” através da realização de entrevistas aos utentes, ou não fossem estes “enciclopédias vivas”.
De acordo com a equipa de trabalho, “quanto maior for a colaboração da comunidade, mais facilmente o Portal da Memória Arcuense cumprirá a meta de criar uma base de dados pública sobre pessoas, património, acontecimentos, saberes e tradições”, através da “partilha de testemunhos, documentos e informações”, contribuindo, assim, para “o desenvolvimento de uma plataforma que mantenha viva a memória de Arcos de Valdevez”.
A.F.B.
