Um homem foi detido, no passado dia 30 de agosto, indiciado pela prática de vinte crimes de incêndio florestal, ocorridos entre 9 de abril e 28 de agosto, no Alto Minho. O suspeito deveria ter sido presente a primeiro interrogatório judicial no dia 31 de agosto, mas, devido à greve dos funcionários judiciais, tal só aconteceu no início de setembro, tendo o juiz aplicado a prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa.
“Durante o referido período de tempo, várias freguesias do concelho de Ponte da Barca […] foram sistematicamente atingidas por uma onda simultânea de incêndios florestais, causando alerta entre a população local”, sublinha em comunicado a Polícia Judiciária (PJ).
Alguns dos fogos “ocorreram em zona integrante do Parque Nacional (PN)” e outros, mais recentes, afetaram a “área localizada no Barral, consumindo mais de uma centena de hectares de floresta”.
Após a realização de diligências, a PJ conseguiu identificar o alegado autor dos crimes.
“Um indivíduo, de 28 anos, o qual, por fascínio pelo fogo, ora se introduzindo na floresta, ora fazendo uso da sua viatura pessoal, sobretudo em período da tarde, através de chama direta, circulava por aquele território e procedia a inúmeras ignições”, lê-se na nota.
A PJ acredita que “o arguido seja responsável por dezenas de incêndios lavrados em muitas freguesias” nos últimos anos.
“Os vários locais onde os incêndios ocorreram situam-se em zonas com condições de propagação a manchas florestais de grandes dimensões, gerando enorme risco, potencialmente alimentado pela carga combustível ali existente e pela orografia própria da região, o que se traduziu em elevadíssimo perigo concreto para as pessoas, para os seus bens patrimoniais e para o ambiente, com elevado potencial de destruição de área natural pertencente ao PN”.
O suspeito foi detido fora de flagrante delito.