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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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Olho de Lince… A diferença é que o PS sabe ouvir…

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Professores na rua, polícias (GNR e PSP) em frente ao Parlamento, o povo sem casa na rua, reclamando dormida, comida e tudo a que realmente tem direito, desde que, como se presume, venham por bem, ao encontro do Governo de bem e das contas certas. Mas, neste momento, o Governo, que tudo poderá resolver, com sentido de justiça e equidade, está em gestão corrente, logo, em linguagem figurada, “de asas cortadas”. Uma troca de nomes bastou para que António Costa solicitasse a demissão, imediatamente aceite pelo Presidente da República, e isso entende-se porque veio atender aos desejos do seu próprio partido, o PSD.

Mas o Partido que sabe ouvir o povo voltará brevemente e em condições de atender os anseios dos portugueses mais carenciados, sem que isso implique qualquer prejuízo para os mais afortunados. 

O PS é um partido que, historicamente, sabe ouvir o povo, as suas reivindicações em nome de um país mais justo. Lá chegaremos mais cedo do que os que se servem da política para atender à sua clientela, como acontece aqui pela nossa terra.

 

Gente de fora que marcou a nossa Terra…

Gostaria, e muito, de ter na minha memória o número de pessoas que procuraram Arcos de Valdevez para viver, trabalhar no comércio e na indústria, e no campo do ensino escolar, em épocas em que as condições precárias de trabalho eram conhecidas de todos. E com a pressa que a minha própria idade impõe, vou aqui lembrar duas personagens que nos deixaram recentemente, mas que os arcuenses tanto respeitaram. O primeiro é a figura de Aparício Pimenta, um amigo de todos os dias, dias que a mim me fazem falta, com a certeza de que procuro sempre ser a melhor companhia.  Sempre nos entendemos!

Mas recentemente também nos deixou outra pessoa, que, embora não pertencendo ao rol de minhas relações, nem por isso deixo de reconhecer e respeitar a sua ausência. Homem de trabalho e criador de empregos, aqui fundou a Bricelta, ligada ao setor dos cafés, que reforçou o prestígio arcuense, e levou o nome da nossa terra até ao estrangeiro. Mas o senhor Darlindo Marques Campos também aqui criou família, que continuará a dignificar Arcos de Valdevez. 

 

A Tia Mariana…

Quis o amido Doutor Cacho enviar-me a sua recente crónica, com um nome de uma pessoa que cedo conheci, pois, além de quase minha vizinha, era uma pessoa cheia de fama onde os sabidões de Lisboa não raras vezes vinham beijar-lhe as mãos. A mercearia do meu pai e o Cruzeiro da Senhora da Guia eram as referências para a caminhada final. Tudo ela curava, tanto os males de amor como as doenças ditas “incuráveis”. Um dia chegam dois Mercedes, Táxis, e como sempre o meu pai era o informante. Queriam guardar os carros e um guia que os conduzisse ao santuário sonhado. O Ranhanha, um pobre doente mental, mas de certa responsabilidade, era sempre a pessoa que meu pai indicava, carregava o bombo em todas as festas. E no quilómetro montanhoso até à Tia Mariana, cobrava 2$00. Se lhe oferecessem mais, não aceitava. Foi assim com os lisboetas que lhe meteram nas mãos uma moeda de dez escudos. E como não conhecia o valor do dinheiro, devolveu a moeda e afirmou que por menos de cinco coroas não ia a lado nenhum. Mas meu pai trocou a moeda por quatro e o Ranhanha lá foi todo contente com os forasteiros a caminho de Reboreda. Chegados a meio caminho, resolveram comer o farnel. Mas bem perto, a cortar tojo, encontrava-se um lavrador vizinho da Mariana, e ouviu esta conversa: um dos parceiros sugeriu, por piada, que se levassem os ossos para a bruxa. E como regressaram a casa mais cedo, a história foi contada à Tia Mariana, que, quando os pacientes lisboetas chegaram, se recusou a atendê-los, dizendo-lhes que não era bruxa e nem comia ossos. Só depois de muita choradeira dos visitantes, estes foram atendidos. E, com esta referência à crónica do Dr. Cacho, ficam as minhas desculpas pelas visitas devidas, mas sempre adiadas.

  1. Peixoto

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