Sob proposta do PSD, foi aprovada, por unanimidade, uma moção em “defesa do mundo rural”, em que a bancada social-democrata se solidariza com a luta que o setor primário tem vindo a intensificar nas ruas de norte a sul de Portugal (e não só).
“A tradição e a modernidade do minifúndio e da agricultura familiar estão intimamente ligados ao nosso território, às nossas gentes, às suas tradições, à cultura e à subsistência das nossas famílias. Os baldios e os seus compartes produzem em zona de montanha, onde moldaram o território que hoje conhecemos e construíram conforme hoje o vemos, são também um exemplo disso”, começou por dizer o deputado António Teixeira Rodrigues.
“As vidas e atividades agrícolas foram sempre o foco de inspiração para a nossa comunidade e, ao mesmo tempo, de luta e desafio constante para aqueles que a exercem. Todos sabemos que a sustentabilidade da atividade sempre se deu ao suor e ao trabalho árduo de tantos ao longo de tantos anos”, acrescentou o jovem tribuno.
Segundo António Teixeira Rodrigues, “o setor agrícola está, hoje, a reclamar e essas reclamações não nos podem ser indiferentes. A etiologia e a essência das reivindicações, um pouco por toda a Europa, divergem no fundamento, porque são diferentes, mas convergem no objetivo de pedir solidariedade para os seus intervenientes e para um setor que está em transformação”.
Para o PSD, “os agricultores portugueses estão a reivindicar uma verdadeira e justa reprogramação do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum: reivindicam uma valorização das zonas de minifúndio e agricultura familiar; reivindicam pela reversão de cortes nas ajudas nos baldios e nas ajudas às explorações de menor dimensão; reivindicam rendimentos dignos e justos; reivindicam pela existência e a sua existência, enfim, reivindicam a existência do nosso território, das nossas gentes, da nossa sustentabilidade, dos nossos familiares, dos nossos amigos e da nossa soberania alimentar”.
Sem paninhos quentes, António Teixeira Rodrigues teceu críticas à tutela. “O Governo comportou-se de forma inexplicável. Primeiro, não reage; depois, anuncia apoios que até então eram impossíveis e, no final, os apoios anunciados pelos fundos comunitários não chegam para cobrir as promessas do Ministério da Agricultura. Uma trapalhada”, atirou o porta-voz do grupo municipal do PSD, que, ao invés, elogiou a estratégia do executivo municipal na defesa do mundo rural.
“Na dimensão local, nós não nos descartamos. O apoio municipal aos produtores, no valor de 55 mil euros, abrange cerca de 1500 explorações. Neste contexto, concluo como comecei: que não se ignorem os protestos e conscientes dos desafios da soberania à ecologia que se colocam, que se construa o presente e o futuro deste setor fundamental, com as pessoas e em prol da defesa do nosso território, do nosso mundo rural e da nossa identidade”.
Por fim, a bancada da maioria social-democrata solicitou à Mesa que “o teor da declaração fosse dado conhecimento ao primeiro-ministro, à Assembleia da República, ao Ministério da Agricultura, às confederações do setor agrícola, à Cooperativa de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e às associações do setor agrícola e florestal do concelho arcuense”.