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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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Concelho de Arcos de Valdevez sexto pior em área ardida este ano

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O concelho de Arcos de Valdevez é o sexto município nacional (depois de Montalegre, Vieira do Minho, Terras de Bouro, Cabeceiras de Basto e Melgaço) com maior área ardida entre 1 de janeiro e 15 de julho de 2023, segundo o Relatório Provisório de Incêndios Rurais, elaborado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Ao todo, registaram-se neste concelho, naquele período de referência, 76 ocorrências, as quais dizimaram 342 hectares (ha), o equivalente a igual número de campos de futebol, entre matos (299 ha), povoamentos florestais (41 ha) e área agrícola (2 ha).
O concelho de Arcos de Valdevez, com os referidos 76 incêndios, foi o sétimo município de Portugal (depois de Ponte da Barca, Montalegre, Vila Nova de Gaia, Paredes, Fafe e Vieira do Minho) com maior número de incêndios naqueles sete meses e meio, de acordo com a mesma fonte.
Na categoria de “grandes incêndios” – classificação que abrange as deflagrações que hajam consumido uma área total igual ou superior a 100 ha –, não foi apurada nenhuma ocorrência no concelho arcuense com essa magnitude, mas três dos maiores 12 incêndios rurais de Portugal lavraram no Alto Minho, nomeadamente os ocorridos em Vila Chã/Ponte da Barca (144 ha queimados), Lamas de Mouro/Melgaço (143 ha) e Fiães/Melgaço (104 ha), os três verificados no passado mês de fevereiro.
Estes indicadores revelam que o paradigma está a mudar. “Os incêndios florestais na nossa região, infelizmente, não têm época, a sua sazonalidade é quase diária em todas as estações do ano”, diz o comandante dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, Filipe Guimarães.
O comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil partilha desta visão. “Os incêndios não têm estação, acontecem todo o ano e acontecem cada vez mais no inverno. Os números é que o dizem e, por isso, temos de agir de acordo com essa realidade”, alerta Marco Domingues.

“Incêndios de serra nos Arcos arrancam com muita velocidade”
No mapa regional o concelho arcuense tem “muitas particularidades”, lembra o comandante sub-regional. “Arcos de Valdevez é, simplesmente, o território do distrito de Viana de Castelo mais achatado no que diz respeito ao número de incêndios rurais, justamente aqueles que são mais visíveis e que criam mais impacto, colocando, em primeira instância, as comunidades em maior risco. São incêndios de serra que arrancam com muita velocidade, […] daí a importância de o ataque inicial ser feito prontamente por meios aéreos, atendendo ao tempo que os meios terrestres demoram a chegar às ocorrências devido à orografia acidentada e à distância que é necessário percorrer”, explica Marco Domingues.
Por curiosidade, no Alto Minho, os três concelhos com maior número de ocorrências, entre 1 de janeiro e 15 de julho, foram os de Ponte da Barca, com 132 deflagrações, Arcos de Valdevez, com os referidos 76 incêndios, e Ponte de Lima, com 67 fogos.
Segundo a análise das causas que a GNR levou a efeito, a “renovação de pastagens” e as “queimas de sobrantes” foram os comportamentos que tiveram maior impacto na origem de incêndios rurais no Alto Minho.

Origem dos incêndios em Portugal
Do total de 4465 incêndios rurais verificados a nível nacional no período de referência, “3491 foram investigados e têm o processo de averiguação de causas concluído (78% do número total de incêndios – responsáveis por 89% da área total ardida)”, lê-se no Relatório. Destes, a investigação “permitiu a atribuição de uma causa para 2596 incêndios (74% dos incêndios investigados – responsáveis por 79% da área total ardida)”.
Do universo de incêndios investigados para os quais foi possível atribuir uma origem, as causas mais frequentes em 2023 são as “queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas, com 21%, e os atos premeditados, com 19%. Conjuntamente, as várias tipologias de queimas e queimadas representam 55% do total das causas investigadas. Os reacendimentos representam 3% do total das causas apuradas, um valor inferior face à média dos dez anos anteriores (9%)”, conclui o Relatório do ICNF.
A.F.B.

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