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Domingo, Outubro 6, 2024
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Em 2023 foram destruídos cerca de 1400 ninhos de vespa-asiática nos Arcos

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No último ano “praticamente triplicou” o número de ninhos de vespa velutina destruídos no concelho de Arcos de Valdevez: 2023 foi o ano com mais ninhos exterminados desta espécie predadora da abelha do mel. Após a sinalização dos ninhos, a empresa contratada pelo Município arcuense procede à destruição dos mesmos. 

“O profissional que está incumbido de destruir os ninhos de vespa-asiática tem vindo a destruir cada vez mais ninhos, o número praticamente triplicou em dois anos. Em 2023, foram destruídos cerca de 1400 ninhos de vespa-asiática nos Arcos”, disse ao NA o vereador da Proteção Civil. 

Desde a introdução acidental da vespa velutina em Portugal em 2011 (o porto de Viana do Castelo foi a porta de entrada) que a praga se tem agudizado e as perspetivas são de “agravamento” da situação. “Mantendo este ritmo de progressão, o número de ninhos a destruir em 2024 vai aumentar, é uma preocupação que temos vindo a alertar há algum tempo, porque estamos na presença de uma praga”, sublinha Olegário Gonçalves. 

“Apesar das ações realizadas, estamos a projetar um aumento do número de ninhos e isso reflete-se nos ataques a apiários. Há apicultores que usam armadilhas artesanais (garrafas) com produtos que atraem vespas, nomeadamente as ‘rainhas’ [fundadoras]. Aliás, elas atacam ferozmente e das suas investidas a apiários há a lamentar a destruição de muitas colmeias, além das picadas a humanos”, acrescenta o vereador da Proteção Civil, que traça o mapa dos avistamentos nos Arcos.

“A maior concentração de ninhos nos Arcos verifica-se na fronteira com outros concelhos, aí o aumento de ninhos tem sido considerável. Para mitigarmos o problema, é importante que os cidadãos registem qualquer avistamento de ninho de vespa-asiática. Para conseguir destruir a imensidão de ninhos, a empresa responsável pela sua aniquilação está em vias de contratar um segundo homem para responder ao aumento de solicitações”, complementa Olegário Gonçalves. 

A grande maioria dos ninhos é construída em altura (ramificações e copas de árvores), mas já têm sido encontrados em edifícios e no subsolo. 

 

Usada arma para destruir ninhos de vespa velutina

A empresa que tem a tarefa de exterminar os ninhos no concelho de Arcos de Valdevez “usa uma arma para eliminação da vespa velutina”, refere o vereador da Proteção Civil.

Esta arma é considerada essencial para destruir os ninhos de vespa-asiática. Através de um “sistema eficaz”, a arma permite injetar nos ninhos uma substância (fica ativa durante horas) capaz de causar a destruição das vespas. Este método, além de matar as velutinas, é considerado “amiga do ambiente”, pois o produto da composição não é prejudicial aos ecossistemas.

 

Armadilhas para captura das vespas-asiáticas

Para controlar a invasão do inseto, já que erradicá-lo parece impossível, a grande maioria dos apicultores desenvolveu armadilhas artesanais, construídas em garrafas de plástico, socorrendo-se de iscos fermentados, para captura da vespa-asiática. Estas armadilhas devem ser instaladas preferencialmente quando as vespas fundadoras (equivalentes às rainhas nas abelhas) saem dos ninhos secundários. Devido às temperaturas acima do normal para a época do ano em que estamos, as armadilhas de combate à vespa velutina devem ser objeto de manutenção, com colocação de novo isco e alimentador.

Segundo os peritos, a armadilha deve ser colocada a cerca de 1,5 metros de altura, em local com sombra, como debaixo da copa de uma árvore, terraço, cortelho ou alpendre.

Espécie invasora dizima enxames

Os apicultores afetados contam que a vespa-asiática sobrevoa, primeiro, as colmeias à espera da chegada das diligentes inquilinas. Após o ataque de duas ou três vespas, as abelhas caem no chão, devido aos ferimentos, e são intercetadas e levadas para o vespeiro como alimento.

De acordo com alguns relatórios, “um grupo de cinco espécimes pode dizimar um enxame inteiro em poucos dias”. Regra geral, as abelhas morrem “devido à agressão, mas já se observou que, quando detetam a presença das vespas nas imediações, as abelhas evitam sair da colmeia”, ficando, assim, privadas de alimento, acabando por morrer de fome.

Segundo as organizações do setor, a fileira do mel está a enfrentar “quebras significativas de produção”, consequência dos efeitos devastadores da vespa velutina. Sem ajudas diretas ao apicultor, o único apoio que existe ao setor em Portugal é atribuído a organizações de produtores.

Para José Aranha, “acabar com as vespas-asiáticas em Portugal vai ser impossível”, uma vez que estas encontraram ótimas condições para viver no nosso país, a começar pelo clima, ao qual já “estão adaptadas”, disse o investigador ao jornal Público. Também o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) é de opinião que “a erradicação [das vespas velutinas] não é possível”, pelo que o mais importante para controlar a praga “é detetar e destruir ninhos”.

Desde 2015 que o registo dos avistamentos e de destruição dos ninhos é feito pelo ICNF na plataforma STOPVespa.

A.F.B.

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