18.4 C
Arcos de Valdevez Municipality
Domingo, Outubro 6, 2024
InícioJustiçaApresentada queixa contra autarca de Soajo por “recebimento indevido de dinheiro”

Apresentada queixa contra autarca de Soajo por “recebimento indevido de dinheiro”

Date:

Relacionadas

Associação Identidade e Património de Soajo quer “rever limites da Freguesia e dos Baldios”

A organização Soajo Identidade e Património – Associação de...

Aniversário da ACDUC

Com um vasto programa de atividades musicais e gastronómicas,...

Educação Ano letivo começa a 13 de setembro no Agrupamento de Valdevez

O início das atividades letivas no Agrupamento de Escolas...
spot_imgspot_img

O Ministério Público tem em sua posse uma queixa contra a tesoureira da Junta de Freguesia de Soajo, eleita nas listas do PSD, alegadamente por “recebimento indevido de dinheiro” por cargo (regime de meio tempo) que nunca chegou a desempenhar.

A visada terá recebido, durante oito meses, entre maio e dezembro de 2022, uma remuneração “indevida”, apesar de nunca ter prestado serviço a meio tempo, como reconhece o próprio executivo da Junta de Soajo.

Segundo advogado contactado por este jornal, tal comportamento prefigura o “crime de peculato”. 

 

Polémica estalou na Assembleia de Freguesia

Em Assembleia de Freguesia de Soajo, realizada a 27 de junho de 2023, a oposição solicitou “esclarecimentos” em relação ao regime de meio tempo.  “Qual foi o período em que esse regime vigorou, porque é que a função não foi exercida, quem recebeu os valores, quanto foi o valor recebido e quais são as consequências políticas que a Junta retira relativamente a esta trapalhada?”, questionaram os vogais do PS, acrescentando “ser triste constatar que um elemento da Junta mentiu a esta Assembleia, não acreditamos que o tenha feito de modo intencional, mas por desconhecimento”. 

Em resposta, o secretário da Junta explicou que, acerca da polémica levantada, “o executivo fez o pedido para que a tesoureira fosse abrangida por este regime (prevendo 600 euros por mês), entretanto, a Jaqueline Fidalgo falou com a patroa e ambas chegaram à conclusão de que não seria possível aceitar o cargo a meio tempo na Junta. Em consequência, a Jaqueline solicitou ao contabilista o cancelamento do meio tempo. Era esta a informação que eu tinha na reunião anterior. Mas, segundo o contabilista, à luz da lei, este regime de meio tempo não pode ser cancelado a qualquer altura, o período de vigência decorre sempre até 31 de dezembro do respetivo ano civil (neste caso, 2022), ou seja, a Jaqueline continuou a receber este dinheiro durante mais alguns meses, porque o contrato não podia caducar antes desse prazo. Chegados aqui, reconheço que, na última reunião, dei uma informação errada, não pretendia mentir, por isso, estou, aqui, hoje [27 de junho de 2022], para retificar a informação que não estava correta”, penitenciou-se Ivo Baptista. 

Na contra-argumentação, a oposição sublinhou que “a falha de maior gravidade, no meio disto tudo, é que a função em causa não foi cumprida entre maio e agosto (até dezembro, inclusive), período durante o qual este serviço, apesar de remunerado, não foi colocado à disposição dos fregueses. Perante os factos, e não tendo a função sido cumprida, há o cometimento de peculato, porque houve recebimento indevido por um cargo não desempenhado. Por outro lado, noto que o executivo não informou esta Assembleia de que o regime de meio tempo na prática não existiu durante oito meses, mas o mesmo vigorou na teoria e em termos contabilísticos. Ou seja, há aqui uma omissão em relação à forma como o meio tempo foi cumprido. Daí as perguntas: onde está o valor e que destino vai ser dado a esse dinheiro que foi recebido por um serviço que não foi prestado?”, perguntou o PS.

O secretário da Junta defendeu-se das acusações feitas sobre a polémica de momento. “Nós não omitimos nada! Se essa informação não foi prestada, foi porque ninguém nos questionou sobre isso. […] Acrescento que o valor que a tesoureira da Junta recebeu durante meses não foi um valor líquido, ela teve de declarar o dinheiro e pagar x todos os meses à Segurança Social, além disso, a remuneração foi englobada no IRS – a Jaqueline teve de pagar uma paulada de IRS do bolso dela”, contra-argumentou Ivo Baptista, sugerindo que a oposição movesse, caso fosse esse o entendimento, uma “queixa na esquadra da GNR dos Arcos”.

Apesar de fortemente visada, Jaqueline Fidalgo remeteu-se sempre ao silêncio nas últimas assembleias de freguesia. 

Subscreva

- Never miss a story with notifications

- Gain full access to our premium content

- Browse free from up to 5 devices at once

Recentes