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Quinta-feira, Dezembro 26, 2024
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D’Art-Vez “cruza culturas” e “desmistifica a identidade de cada povo”

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A “D’Art-Vez”, bienal de artes de Arcos de Valdevez, foi inaugurada na Casa das Artes no passado dia 18 de novembro, em Soajo no dia 19 e em Sistelo no dia 26 do referido mês. Há 29 anos que a iniciativa é dedicada às diversas expressões de arte e 2023 não é exceção. A 14.ª edição, pluritemática, reúne 170 obras, de 140 artistas (nacionais e internacionais), de várias gerações, incluindo dezenas de arcuenses ou com ligações aos Arcos. As mostras – de técnicas e superfícies tão variadas como a escultura, a fotografia, a madeira, o ferro, o mármore, a pintura em acrílico, a pintura a óleo sobre tela, os figurativos, as paisagens, bem como os diferentes movimentos representados, entre realismo, surrealismo, hiper-realismo, abstracionismo, dadaísmo, cubismo… – estarão patentes até 28 de janeiro de 2024.

O curador da exposição referiu ser uma “alegria festejar esta manifestação artística, que é de uma importância incalculável”, começou por dizer o curador António João Queiroz Aguiar na abertura do polo na Casa do Povo da Vila de Soajo, antes de se deter um pouco sobre a essência da arte.

“Temos de olhar para a arte de uma forma diferente. O mais importante que existe na vida é a arte, tudo o resto é urgente: a medicina é urgente, ter um hospital é urgente… Mas a arte é importante, é aquilo que nos faz crescer, é como se fosse uma escada para chegarmos a um topo onde nunca chegamos. A arte leva-nos para aí, portanto, temos de contemplar a arte e aquilo que é belo, nós existimos para contemplar, não somos trabalhadores escravos”, atalhou Aguiar. 

Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal sublinhou que “há nas várias mostras um cruzamento de culturas que nos definem como povo e cada [povo] tem as suas diferenças e a sua própria identidade”. 

“Cada um de nós dá a sua interpretação e vê aquilo que quer, é isso marca a diferença, se não fosse assim, provavelmente, a arte já não teria a capacidade de nos despertar”, observou João Manuel Esteves.

Para a organização, a D’Art-Vez deste ano “oferece, de novo, um portfólio ou uma coleção para todos os públicos” e “promove a descentralização da cultura”. Seguindo uma inovação estreada em edições anteriores, a mostra de 2023 está dispersa pela Casa das Artes arcuense, por várias montras da sede do concelho, pela Casa do Povo da Vila de Soajo e pela Casa do Castelo de Sistelo. Conseguida esta combinação, o desafio maior que se coloca tanto à D’Art-Vez como a qualquer manifestação artística é “induzir o desenvolvimento”, afinal, “a arte, na sua verdadeira dimensão, provoca-nos, inspira-nos e serve de motivo para o progresso social, cultural e económico do território”.

A próxima bienal realizar-se-á em 2025. 

A.F.B.

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