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Domingo, Outubro 6, 2024
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“EXPOVEZ é o maior certame de atividades económicas do Alto Minho”

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Realizou-se, de 5 a 7 de maio, a 21.ª edição da EXPOVEZ, iniciativa que juntou, no Centro de Exposições (Guilhadeses), bem como no recinto exterior, mais de 130 expositores, a maioria dos quais ligados aos ramos do comércio, serviços e indústria. A secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, que presidiu à sessão de abertura, aplaudiu “a transversalidade de produtos da feira e a grande diversidade de empresas existentes na região”, onde se incluem “indústrias e profissões cada vez mais tecnológicas”. 

Os vários segmentos representados na mostra cumpriram o objetivo de mostrar os produtos e/ou serviços, marcando uma posição no mercado e estudando os desafios que a concorrência convoca a cada “reinvenção”. A este respeito, o presidente da Câmara Municipal considerou a EXPOVEZ “o maior certame de atividades económicas do Alto Minho, resultado do dinamismo e da vontade de crescer dos empresários da região”, começou por dizer João Manuel Esteves, destacando a “capacidade que o território tem em aliar a tradição (produtos locais) à modernidade (investimento em novas tecnologias em busca de novos mercados)”.  

A secretária de Estado de Desenvolvimento Regional, na ronda que efetuou pelo recinto, depois de ter sido recebida pela tuna académica, reconheceu que “por detrás dos expositores estão empreendedores e ideias de negócio que as novas gerações conseguiram inovar, acrescentado valor aos produtos”.

Olhando especificamente para o mercado laboral, Isabel Ferreira salientou que “não há emprego se não houver desenvolvimento industrial baseado na inovação e, por tal facto, a expressão da contratação de recursos humanos altamente qualificados é, hoje, de quase 80%, superando, em muito, os números anteriores que eram de apenas 28%. Ou seja, só conseguiremos fixar as pessoas se tivermos emprego qualificado e este depende do investimento empresarial”, reforçou a governante, que na visita guiada às instalações do cluster tecnológico se deteve um pouco mais no “Centro de Interface, um dos 31 que existem em Portugal”.

Admitindo o “pioneirismo de Arcos de Valdevez na captação de investimento”, a secretária de Estado do Desenvolvimento considerou “a qualidade dos recursos humanos e a existência de instituições do sistema científico e tecnológico (polo do IPVC) no território como âncoras para capacitar e inovar o tecido empresarial arcuense”, onde sobressaem unidades “com bastante notoriedade”, ligadas a áreas tão diversas como a metalurgia, a aeronáutica, a indústria automóvel ou os artigos de luxo.

Soluções em várias áreas de negócio
À parte o papel da formação na capacitação da força de trabalho (onde os cursos do CENFIM e da EPRALIMA servem de referência em áreas distintas), o espaço da EXPOVEZ fez avultar, desde logo, o stand da Coindu, pela mostra de estofos em couro para marcas de prestígio como a Porsche, a Audi, a BMW e a Mercedes – o setor de componentes para a indústria automóvel é mesmo um dos que mais empregam no concelho de Arcos de Valdevez.
Presente na “montra” da EXPOVEZ, a empresa Graniarcos, unidade dedicada à transformação de granitos, mármores e calcários, é uma referência no mercado dos balcões de cozinha (e não só), sobressaindo pela qualidade dos materiais, estética, tradição e durabilidade. A firma, que “trabalha pedra a pedra, corte a corte”, entrecruza várias áreas do saber, da arquitetura ao design, da construção à decoração, entre outras.
No campo das start-ups subiu a primeiro plano a barquense D’Aço, que um par de jovens tem feito crescer desde 2020. “Focada em resolver o problema da construção de habitações em Portugal”, a unidade adotou o “sistema LSF pela sua eficácia estrutural e impacto ambiental”, transformando-o num “sistema termicamente eficiente”.
Apesar do êxito e do grande número de pedidos, a D’Aço “ainda se encontra numa fase de prototipagem e desenvolvimento de processos, continuando a procurar uma maior industrialização e automação”. Os promotores do projeto confiam estar no caminho certo para “criar uma casa comercialmente atrativa, eficiente e fácil de montar que resolva o problema da pobreza energética, escassez de mão-de-obra e imprevisibilidade de custos em projetos de construção tradicionais”.
Com soluções diversificadas apresentou-se a Materialia, de Ponte de Lima, apostada na ventilação mecânica controlada (VMC). “É um sistema de renovação de ar, fundamentalmente aplicado em habitações residenciais”. Existem dois tipos de VMC, “o fluxo simples, que apenas faz a extração de ar nas zonas húmidas (cozinha e casa de banho), sendo o ar insuflado por grelhas nas paredes exteriores da habitação”, e o “fluxo duplo, que faz a extração de ar nas zonas húmidas e a insuflação nas zonas secas, com a particularidade de o ar extraído permutar com o ar insuflado pré-aquecendo o ar de entrada”.
Além dos setores preponderantes (comércio, serviços, indústria, formação profissional e construção), a mostra aliou ainda a engenharia à arquitetura, o turismo de natureza à hotelaria, a intermediação de crédito à consultoria imobiliária, as novas tecnologias às energias renováveis, o mundo rural (vinho incluído) ao artesanato, o lazer à decoração, a saúde às novas terapias, a gastronomia à restauração, a animação musical (Bárbara Bandeira foi a “estrela”) à recreação infantil…
No fim, como balanço, sobra a conclusão de que a EXPOVEZ gerou as suas oportunidades de negócio e permitiu dar visibilidade às empresas que, num contexto de grande competitividade, estão cada vez mais inteiradas da importância da capacitação, do conhecimento, da inovação e das frutuosas parcerias para ganhos de escala.
A EXPOVEZ emparceirou o Município, a ACIAB, a Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, a ARDAL e a In.Cubo.

Quatro perguntas a Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional
“O desafio demográfico é o maior de todos que temos pela frente”
1. Os autarcas da região queixam-se de que a descentralização de competências não tem sido acompanhada dos meios necessários. Qual a sua posição?
A descentralização de competências não está sob a minha tutela, é um dossiê que está nas mãos do secretário de Estado das Autarquias Locais e da ministra da Coesão Territorial. A única coisa que tenho a dizer é que o Governo está empenhado neste processo de transferência de competências para as autarquias e que este dossiê está associado a políticas de descentralização.
2. Disse que o concelho de Arcos de Valdevez tem atraído profissionais em diferentes áreas, mas o rendimento per capita dos trabalhadores mantém-se na cauda do ranking, mesmo a nível regional. Como explica esta discrepância?
Estamos num território com índices de interioridade, infelizmente, a região norte, segundo os indicadores europeus, ainda é considerada pouco desenvolvida.
3. Apesar das “políticas de coesão” de que fala a Administração Central há anos, porque é que as assimetrias entre e litoral e o interior continuam a aumentar?
Nós temos um país com uma desigualdade de distribuição populacional muito grande. Temos, portanto, muito caminho para fazer. Mas os fundos de coesão e os fundos europeus têm dado um contributo para a convergência com a União Europeia. De resto, no passado dia 3 de maio, foram lançados os primeiros Avisos para o Portugal 2030, com dotações específicas para os territórios do interior.
4. Que políticas são necessárias para responder ao problema do despovoamento?
O despovoamento é algo de muito preocupante em toda a Europa. Se nós pensarmos que até 2050 a percentagem da população europeia no mundo vai representar 4%, por aqui se vê a insignificância do continente europeu sob essa perspetiva. Daí que a competição por recursos humanos seja grande e se faça à escala mundial, neste sentido, temos de ser mais competitivos e mais atrativos. O desafio demográfico é o maior de todos que temos pela frente. Por isso é que cada território tem de apostar na sua identidade e nos seus produtos, sempre em simbiose com a inovação e a tecnologia para conseguir captar população.
A.F.B.

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