O Ecoparque do Vez (construído na Quinta do Espírito Santo) foi inaugurado esta quinta-feira, 21 de março (Dia Mundial da Árvore ou da Floresta), na presença de numeroso público escolar. O projeto – que, “devido ao disparo de custos das matérias-primas”, derrapou de uma estimativa orçamental de 750 mil euros para um valor final acima de 1,4 milhões de euros (incluindo, aqui, a colocação de infraestruturas para espaços culturais e a iluminação de percursos pedonais, empreitadas que foram, recentemente, adjudicadas por cerca de 80 mil euros, sem IVA) – permitiu, segundo o presidente da Câmara, João Manuel Esteves, “a requalificação/revitalização do troço da margem direita do rio Vez entre o parque de estacionamento Largo Augusto Cristina e o Campo do Trasladário”, para fins de “lazer e bem-estar dos arcuenses e dos visitantes, potenciando o convívio de gerações, o desporto, a cultura ao ar livre e o contacto com a natureza”.
O Ecoparque, com uma área de 7600 m2, passa a oferecer “uma nova zona verde para fruição pública”, como suplemento e interligação “à praia fluvial da Valeta e ao Campo do Trasladário”, indo albergar “eventos de exterior de caráter sociocultural e lúdico-recreativo” (concertos, feiras, festivais, atividades de dança e ginástica…), “um percurso complementar à ecovia (à altura da copa das árvores)” e “uma área de merendas”.
Sem grandes alterações à morfologia do terreno, incluem-se como principais elementos novos a instalação de passadiço (em estrutura suspensa na proximidade da ponte pedonal contígua ao DNA e convergindo para o talude, pousando na leira intermédia da Quinta do Espírito Santo), a criação de um espaço lúdico, assim como vários canteiros com ervas aromáticas e uma travessia pedonal complementar à ecovia, numa área cuja grande transformação se prende com a construção de um corredor de passagem nas cercanias de uma casa e a execução de muros para sustentar os taludes.
Também foram executados trabalhos para melhorar a acessibilidade, através de uma rampa que desagua na primeira plataforma, ficando a área dotada de mobiliário urbano para espaço de piquenique.
Posteriormente, segundo o uso e o impacto que os frequentadores vierem a dar ao espaço, poderão ser efetuadas algumas adaptações, sendo certo que existe a intenção de continuar a ecovia nas traseiras da Azenha e de criar uma segunda praia fluvial, assim como uma piscina flutuante.
“O objetivo é mesmo lançar as amarras para dar continuidade à ecovia por detrás da Azenha, mas para isso a Câmara tem de negociar os terrenos com os proprietários”, segundo tem reafirmado o executivo municipal.
Vicissitudes da obra
Os trabalhos de construção do Ecoparque do Vez chegaram a ser interrompidos devido ao facto de o Tribunal de Contas (TdC) ter decretado nulidade do contrato assinado entre o Município e a empresa Baltor, isto já depois de o mesmo TdC ter dado o seu visto.
No seguimento da caducidade desta adjudicação, foi celebrado contrato com a firma Predilethes, em função do preço mais baixo de empreitada (1 133 556,70 euros, sem IVA) e da valia técnica do projeto. Recorde-se que a obra foi originalmente consignada por 1 226 694,48 euros (sem IVA) e previa um período de execução de 365 dias, mas este prazo, dadas as vicissitudes processuais, não foi cumprido.
A iniciativa envolveu um investimento total de 1 457 154,49 euros, cofinanciada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, Programa Operacional Norte 2020, sendo a comparticipação comunitária de 1 002 410,25 euros. O apoio financeiro público nacional ascendeu a 454 744,24 euros.
A.F.B.