Escola Básica de Távora inova com resposta “social”

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Clube Himalaya cria espaço “solidário” para quem mais precisa

Foi inaugurado, no passado dia 7 de março, na Escola Básica de Távora (Escola Padre Himalaya), o projeto H2O – Himalaya to Others (Himalaya para os Outros), um espaço social, similar a uma “loja”, que funciona como um ponto de recolha e distribuição de bens (roupas, calçado, eletrodomésticos, brinquedos…) para ajudar as famílias mais carenciadas. Criada e gerida pelo Clube Himalaya, a iniciativa, “cuja originalidade é funcionar dentro da escola”, conta com a colaboração voluntária dos alunos das várias unidades do Agrupamento de Escolas de Valdevez (AEV), bem como com a participação de pais/encarregados de educação e entidades parceiras.

“No contexto atual, em que a vida não está nada fácil para muitas camadas da sociedade, é este o espírito solidário, empreendedor e renovador que a nossa escola presta, porque de usado se pode fazer novo”, disse a diretora do AEV, Anabela Araújo, reflexão secundada pela vereadora da Educação, Emília Cerdeira. Enquanto isso, o presidente da Junta de Távora (Santa Maria e São Vicente), António Maria Sousa, reconheceu “a qualidade da escola que faz jus ao seu patrono, padre Himalaya”.

Já as alunas Carolina e Maria sublinharam que “a ideia de criar o H2O partiu das questões sociais, ambientais (ecológicas) e económicas que compõem o pensamento sistémico do padre Himalaya, filosofia que está na génese das inúmeras atividades empreendidas pelo Clube Himalaya”. Assim, tendo por base o pioneirismo do padre-cientista, o espaço social visa “promover a reutilização, prolongar o tempo de vida dos artigos, poupar recursos, […] combater o desperdício, ajudar quem mais necessita e incentivar o trabalho em equipa”, resumiram as porta-vozes do projeto, relevando a importância da “motivação” e da “alegria” para o sucesso da iniciativa social levada a cabo.

“Grata ao Clube Himalaya”, a coordenadora da Escola Básica Padre Himalaya elogiou o “trabalho empenhado dos alunos, incansáveis nestas dinâmicas. São eles que dão vida às atividades”, vincou Alexandrina Martins. A propósito, neste projeto em particular, foram os alunos que procederam à instalação do mobiliário no espaço social e são eles que, nos (poucos) tempos livres de que dispõem, fazem o inventário dos materiais que dão entrada na “loja”, registam os artigos que saem, fazem a etiquetagem, passam a ferro, dobram roupas, arrumam os materiais doados e decoram o espaço.

“Impressionado” pelo projeto, Jacinto Rodrigues, estudioso, biógrafo e principal responsável pela projeção da figura do padre Himalaya, sublinhou que “a Escola de Távora, através do espaço social, dá um exemplo extraordinário para todas as escolas portuguesas e para o mundo, fazendo acentuar o papel da empatia numa altura em que o mundo vive momentos conturbados devido aos egoísmos exacerbados. Por aqui se vê a influência do padre Himalaya: não é só o filósofo, o pensador e o cientista de Cendufe, é também a figura da Humanidade”, notou o filósofo e professor jubilado, de 83 anos.

Desde que abriu à comunidade o espaço social já recebeu uma grande variedade de materiais, entre roupas (criança e adulto), calçado, acessórios, mochilas, cintos, lençóis, toalhas, cobertas e brinquedos, muitos dos quais já foram entregues a famílias necessitadas.

O Clube Himalaya é coordenado pela professora Diana Sá.