No passado dia 22 de junho, uma adolescente, de Monte Redondo, foi sugada pela comporta do açude da Valeta. A rapariga de 15 anos foi salva por outros banhistas e, depois, assistida no local pelas equipas do INEM e da VMER, assim como pelos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez. A situação ocorreu quando a menor se encontrava com amigos a mergulhar no rio Vez.
De forma inopinada, a comporta subaquática abriu-se e a jovem foi sugada para a caixa de saída. Foi, de imediato, socorrida por outros banhistas, que deram o alerta aos Bombeiros. Devido a traumatismos no maxilar e na cabeça, a jovem foi transportada para o Hospital de S. João, no Porto, onde “se manteve em coma induzido durante vários dias, antes de ser submetida a duas operações cirúrgicas”, segundo disse a este jornal uma fonte familiar.
Entretanto, a GNR já enviou para o Ministério Público (MP) o registo do acidente naquela estância balnear. Para o Comando Territorial da GNR de Viana do Castelo, caberá ao MP decidir as medidas necessárias no sentido de apurar as razões do acidente.
“Para que a culpa não morra solteira!”
Mesmo ressalvando que “não é expectável que qualquer município possa ter, em tempo real, conhecimento de todos os obstáculos que possam surgir nas vias sob a sua jurisdição”, o PS alertou, no decurso da última Assembleia Municipal, que, “se um acidente puder ser evitado através da prévia intervenção preventiva e, se na falta desta, ocorrer um sinistro, deveremos apurar responsabilidades, o que nos remete para o n.º 6 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 305/2009, de 23 de outubro, bem como para a área de competência da Secção de Apoio à Conservação de Património, […] abrangendo a conservação de equipamentos municipais, o diagnóstico das necessidades de manutenção e reparação […], além das funções que lhe forem atribuídas”, observou a deputada Dina Mara Sousa.
“No dia 22 de junho, a Joana apenas pretendia divertir-se, mas, lamentavelmente, devido a um dramático acidente, está atualmente internada no Hospital de S. João. […] Não queremos substituir-nos a um tribunal nem pretendemos apontar culpados, […] no entanto, o Município de Arcos de Valdevez deve explicações aos milhares de banhistas que frequentam a praia fluvial da Valeta”.
Ao pedido de esclarecimentos que a bancada do PS formulou sobre o horário de abertura das comportas, sobre quem faz a operação de manutenção das mesmas, em que moldes esta é executada e a existência ou não de sinalética no local, o presidente da Câmara Municipal, “sem querer alongar-se muito”, adiantou que “o local estava sinalizado e que houve questões complexas que levaram à ocorrência. Na circunstância, foi feito um auto descritivo sobre os contornos em que se deu o acidente e o mesmo já foi entregue ao MP. A Câmara Municipal também está a fazer averiguações, esperemos que o MP faça o mesmo, se for esse o seu entendimento. Tudo será esclarecido em relação à forma como o acidente ocorreu, espero, sinceramente, que alguns dos comportamentos que aconteceram não se voltem a repetir, porque são altamente perigosos”, atalhou João Manuel Esteves sobre o infortúnio de Joana, preferindo, todavia, colocar a tónica na recuperação da jovem.
“A primeira questão a lamentar é o acidente da Joana. Temos estado em contacto com a família e todos fazemos votos para que o seu estado de saúde evolua favoravelmente”, complementou o presidente do Município.
