6.2 C
Arcos de Valdevez Municipality
Quarta-feira, Dezembro 11, 2024
InícioEconomia“Ensino digital” e “aumento da oferta formativa” considerados “vitais” para responder à...

“Ensino digital” e “aumento da oferta formativa” considerados “vitais” para responder à falta de mão-de-obra qualificada em áreas-chave da economia arcuense

Date:

Relacionadas

LIADTEC – Lithium Advenced Technology adquire fábrica da ACCO Brands

A ACCO Brands, fábrica recém-encerrada no parque empresarial de...

Estado do Concelho discutido na Assembleia Municipal

Na Assembleia Municipal (AM) de 29 de novembro, os...

Emigração de licenciados

Em meados da década de 70 desloquei-me à Finlândia...
spot_imgspot_img

No pós-confinamento verificou-se uma procura gradual de mão-de-obra em setores como a restauração, a hotelaria e a construção, para lá de outras áreas-chave como a indústria e o alojamento turístico, mas a resposta do mercado de Arcos de Valdevez tem sido insuficiente, segundo uma tendência que já vem de longa data. 

A necessidade de recrutar tem levado os referidos ramos de atividade a recorrer a mão-de-obra não especializada, sobretudo da América do Sul (Brasil, Venezuela…). “É difícil encontrar pessoas para trabalhar”, lamentam os empresários, uma dificuldade que só será contornada, a prazo, se for resolvido o desfasamento entre a oferta e a procura. 

Um dos principais estrangulamentos do mercado de trabalho, segundo vários agentes da economia, deve-se ao desalinhamento entre o ensino e o mundo empresarial, para lá da emigração de mão-de-obra por motivo da reduzida competitividade salarial dentro de portas. Este é um fenómeno a que a restauração assiste de perto nos Arcos, onde existe uma grande dificuldade em encontrar trabalhadores, e o mesmo acontece no ramo da construção civil, que carece cada vez mais de profissionais especializados (com formação e/ou experiência). 

Questionado por este jornal sobre o “papel que a numerosa comunidade emigrante pode ter no sentido de mitigar o problema crónico da falta de mão-de-obra qualificada” naquelas áreas, o presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez sublinha que “Portugal é, neste momento, um bom sítio para estudar. Temos excelentes universidades que proporcionam formação de exceção. Há vagas para os filhos de emigrantes estudarem em Portugal. Este é um bom veículo para formarmos profissionais qualificados”, considera João Manuel Esteves, antes de se deter nas políticas implementadas localmente. 

“Estamos a trabalhar na área do ensino profissional – temos uma escola profissional [EPRALIMA], um centro de formação [CENFIM] e ensino profissional na Escola Secundária – e aumentámos a oferta através da disponibilização de um Centro Tecnológico Especializado de Informática [EPRALIMA]. Supletivamente, estamos a dar os primeiros passos naquilo que era um grande objetivo desde há muito tempo, facultando o ensino superior no concelho de Arcos de Valdevez”, acrescenta o edil, na esperança de que as virtuosidades do ensino online e do serviço de comunicação de dados em alta velocidade (e com ampla cobertura) deem frutos. 

“Com a proximidade do ensino digital e o investimento executado na expansão da rede de fibra ótica, Arcos de Valdevez transformou-se num sítio de excelência para poder estudar, porque, residindo nos Arcos, os interessados podem aceder a formações ministradas de qualquer lado. Ou seja, ao elevarmos o nível de formação e ao reforçarmos a capacitação das empresas através da inovação, estamos a criar melhores condições para o surgimento de empresas e de empregos mais qualificados, garantindo melhores salários”, sustenta o presidente do Município. 

 

Trabalho colaborativo 

Independentemente dos avanços e dos condicionalismos que persistem, existe a perceção de que “urge acelerar o processo de integração de pessoas/formandos, adequando a realidade formativa às exigências das empresas. Como? “Diferentemente dos parâmetros normais de formação, temos de compactar o processo formativo dos potenciais ativos, aliando o contexto (sala de formação ou através das ferramentas online) ao ambiente laboral”, disse em tempos João Manuel Esteves, ao mesmo tempo que reclamava um trabalho mais colaborativo entre os vários agentes.

“Na formação que queremos otimizar, é importante que haja um maior compromisso por parte do formando e das diferentes entidades, formadoras e empregadoras, para que, se tudo decorrer dentro do previsto, a pessoa em questão ingresse no mercado de trabalho. Isto é um elemento preponderante no processo de adequação da oferta (de cursos) às demandas do mercado para colmatar a falta de mão-de-obra qualificada em diversos ramos”, defende o presidente da edilidade arcuense.

De acordo com os vários agentes envolvidos nesta problemática, o concelho de Arcos de Valdevez deve “reforçar a aposta tanto na formação técnico-profissional especializada como na reciclagem de pessoas”, fazendo disso uma prioridade em setores-chave como a hotelaria, a restauração, a construção, as novas tecnologias, a animação turística e a enogastronomia. 

A.F.B.

Subscreva

- Never miss a story with notifications

- Gain full access to our premium content

- Browse free from up to 5 devices at once

Recentes