A vila de Arcos de Valdevez recebeu o XXI Congresso Federativo de Viana do Castelo do Partido Socialista (PS) no passado dia 12 de outubro. Após as eleições federativas que reconduziram Vítor Paulo Pereira à frente da Federação, o órgão máximo da estrutura distrital reuniu cerca de 150 congressistas (delegados e convidados) no auditório da EPRALIMA, entre os quais os presidentes de câmara de Viana (Luís Nobre), Caminha (Rui Lages), Valença (José Manuel Carpinteira), Vila Nova de Cerveira (Rui Teixeira), Melgaço (Manoel Baptista) e Paredes de Coura (o referido Vítor Paulo Pereira).
Antes da apresentação dos relatórios de atividades dos órgãos cessantes, subiu ao parlatório o presidente da Comissão Organizadora do Congresso, João Braga Simões, que enunciou os desafios que estão colocados ao PS do Alto Minho. “Temos o objetivo de surpreender, de tirar coelhos da cartola e de fazer um trabalho constante para nos libertarmos do nevoeiro espesso que ainda nos envolve, especialmente nos Arcos. Queremos um PS construtivo, inspirador e com futuro”, começou por dizer o também presidente da Concelhia arcuense.
“Este sábado [12 de outubro], nos Arcos, sente-se o pulsar do PS, em todas as ruas sopra uma brisa de pluralidade e democracia. E é deste congresso que saem as traves-mestras para o distrito de Viana. Daqui a um ano estaremos a culminar um processo de eleições autárquicas com vigorosa mobilização dos congressistas reunidos nesta sala. Os fenómenos que minam a democracia já passaram da realidade nacional para a local, já circulam entre nós sementes de algum ódio e de algum oportunismo. Temos de demonstrar, a quem nos elege, porque é que somos diferentes”, exortou João Braga Simões, lembrando o simbolismo associado a 2024, “o ano em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril e os 100 anos do nascimento do cofundador do PS, Mário Soares”, em memória do qual foi exibido um documentário.
No momento mais aguardado da reunião magna, o presidente da Federação Distrital, Vítor Paulo Pereira, apresentou a moção global estratégica, “Unidos por um Alto Minho mais forte”, assente em cinco orientações para “dar mais vitalidade à estrutura distrital”. Primeira, “apostar na união para os próximos combates, esquecendo egoísmos e ambições pessoais”. Segunda, “capacitar os autarcas e vereadores em diferentes domínios (política dura, contratação política, aspetos jurídicos, vida interna do partido…) para fazer melhor oposição”. Terceira, “comunicar e criar novos canais para estar mais perto da imprensa e da sociedade civil, incluindo o desenvolvimento de uma plataforma que contenha notícias e artigos de opinião”. Quarta, “fechar as listas para as autárquicas até finais de 2024, salvo uma ou outra exceção, para anunciarmos atempadamente os nossos projetos”. Quinta, “abrir o partido à sociedade civil e aos independentes com trabalho reconhecido pela comunidade, isto na condição de haver consenso nos órgãos políticos locais”.
Durante a tarde, e depois da votação dos órgãos federativos para o biénio (Comissão Política, Comissão de Jurisdição e Comissão de Fiscalização Económica e Financeira), decorreu a sessão de encerramento onde interveio Pedro Vaz, membro do Secretariado Nacional do PS e deputado à Assembleia da República, que elogiou a organização do congresso e a todos pediu empenho para os próximos atos eleitorais.
A.F.B.
Citações
“Realidade cristalizada dos Arcos”
“Precisamos de estar na política de forma mais altruísta, conseguindo permanecer fiéis aos nossos ideais. É um compromisso que cada um(a) de nós deverá encontrar. Precisamos também, e urgentemente, de uma reaproximação à sociedade civil. A nível local, os Arcos são uma realidade que resiste à mudança e que se cristalizou no tempo. Temos um sistema que domina, que convive mal com as regras democráticas e que desvaloriza sistematicamente todos os contributos que aportamos ao debate político em prol da nossa Terra”.
Elsa Esteves, coordenadora das Mulheres Socialistas de Arcos de Valdevez
“Concelho dos Arcos precisa de mais luz”
“Espero que, nas próximas eleições autárquicas, o PS-Arcos consiga rasgar os estores e aquilo que impede a luz de entrar. O concelho de Arcos de Valdevez precisa de mais luz e de mais vitalidade, e sem dúvida que João Braga Simões é essa luz e é essa esperança”.
Vítor Paulo Pereira, presidente da Federação Distrital
“Direção Nacional tem de apoiar mais!”
“Foi praticamente com recursos próprios (acrescidos da angariação de fundos) que a Federação de Viana fez a campanha para as últimas legislativas, já que a Direção Nacional do PS apenas nos enviou mil euros. Houve aqui muito voluntariado e beneficência. Achamos que o presidente da Federação deve pressionar o PS Nacional, porque o Alto Minho também é Portugal. As campanhas consomem dinheiro e recursos, por isso, teremos de ser mais apoiados no futuro, até porque temos resultados!”
Ludovina Sousa, presidente cessante da Comissão de Fiscalização Económica e Financeira