Os vereadores do PS acusam a Folia de “insistir em erros do passado”.
“Assistimos, mais uma vez, à repetição de um modelo e de uma forma de estar na gestão associativa, fechada, pouco transparente, que continua a favorecer negócios privados de familiares diretos de membros da Direção da Folia. O Carnaval é uma festa. Mas parece que para alguns é uma festa maior do que para outros”, acusou o vereador João Braga Simões, na reunião de Câmara de 1 de fevereiro.
“Votámos contra o protocolo municipal de apoio à Folia para financiamento das atividades de Carnaval porque divergimos dos procedimentos desta Associação. Já denunciámos, por diversas vezes, as más práticas de gestão da Folia. E por causa disso já fomos alvo de um processo judicial, com o qual nos tentaram condicionar, mas o processo foi arquivado, obviamente”, atirou o líder da oposição.
Instado a pronunciar-se sobre o processo judicial em questão, Rui Aguiam confirmou ao NA o “despacho de arquivamento”, anunciando, porém, que “foi apresentado, por nós, recurso para provar que nos assiste razão”.
Polémica à parte, os vereadores do PS dizem “apoiar sempre a celebração do Carnaval, a festa, a animação e a alegria dos arcuenses neste dia. Interessa-nos pouco se é o maior Carnaval do Norte do País, ou só o maior Carnaval Transfronteiriço, ou só o maior Carnaval do Vale do Lima. Por nós, poderia ser apenas o maior Carnaval do Vale do Vez, genuíno e autêntico. Interessa-nos pouco a intensidade do placard luminoso. Interessa-nos mais o que vai por dentro da fachada. Por isso, associamo-nos, na rua, a todos os foliões do Carnaval”, sustentou João Braga Simões.
“É preciso encetar uma verdadeira revisão do modelo de organização das festas”
Para o PS urge alterar o modelo das festas, incluindo, aqui, também as Festas Concelhias. “Já propusemos uma revisão do modelo de organização das festas, no qual fomos acompanhados até pelo PSD em Assembleia Municipal, fruto de um entendimento comum de como deveriam ser pensadas e articuladas as festas organizadas no concelho. Cada um destes partidos apresentou as suas recomendações à Câmara, com inúmeros pontos comuns, circunstância que daria à Câmara o respaldo político para encetar uma verdadeira revisão do modelo das festas”, ressalvou a vereação socialista.
A.F.B.